Meados de dezembro. A temporada 2014-15 vai sensivelmente a meio e o Benfica lidera a Primeira Liga com três pontos de vantagem sobre o FC Porto, embora ainda tenha, neste momento, uma partida em atraso. Há cerca de uma semana, Jorge Jesus conseguiu uma vitória fundamental no Estádio do Dragão (0-2) e o título pareceu ficar mais perto.
Dois golos de Lima impuseram a primeira derrota do FC Porto na Primeira Liga, ainda por cima diante dos seus próprios adeptos, numa das fortalezas mais poderosas do futebol europeu. Jorge Jesus saiu por cima de Julen Lopetegui e com seis pontos de vantagem para os dragões.
O encontro terminou com os adeptos do Benfica (num jogo exemplarmente sem atritos entre barricadas) a desejar 'Feliz Natal' aos adeptos rivais do FC Porto. Embora a Primeira Liga ainda vá a meio, o tão desejado bicampeonato parece cada vez mais uma realidade para os homens da Luz, que buscam um segundo título consecutivo de forma acutilante. É que um título significa apenas que certa equipa foi melhor do que as restantes, mas títulos consecutivos na mesma competição já revelam domínio.
Na busca incessante pelo início de uma tendência de hegemonia na Primeira Liga - o Benfica não é bicampeão desde 1984 -, Jorge Jesus está a apostar todas as cartas nesta competição, sacrificando tudo o resto.
A questão que se impõe é a seguinte: e se o Benfica não ganha a Primeira Liga?
Se o Benfica não ganha a Primeira Liga, Jorge Jesus terá a sua pior temporada desde que chegou ao Estádio da Luz. É que, embora liderem o Campeonato Português, as águias já caíram das competições europeias e, a meio da semana que está agora a terminar, foram eliminadas da Taça de Portugal pelo Sp. Braga, na Luz (1-2). Resta a Taça da Liga,
Este risco acarreta ainda claros prejuízos financeiros, cujos primeiros sinais deverão ser notados no mercado de janeiro. Fora de qualquer competição europeia e com uma prestação fraquíssima na fase de grupos da Champions League, o Benfica não encaixou os milhões que são fundamentais para cumprir as suas despesas.
O mesmo será dizer que o mercado de inverno deverá significar a perda de unidades importantes como Enzo Perez, Nicolas Gaitán ou Salvio. Como consequência desta necessidade de encaixar dinheiro surgirá, naturalmente, uma perda de rendimento desportivo, pois não será fácil substituir, no imediato, unidades fundamentais da equipa titular encarnada.
Numa época de alto risco, Jorge Jesus tem dois cenários possíveis. Ou ganha a Primeira Liga (e o bicampeonato) e os adeptos se esquecem de tudo o resto que correu mal ou perde a Primeira Liga e realiza a sua pior época desde que chegou ao Estádio da Luz, podendo mesmo terminar o seu ciclo no clube.
Fez bem ou mal em arriscar tudo? Ninguém saberá até ao final da temporada.
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