A Agência Mundial Antidoping (AMA) levou de Moscovo cerca de 3.000 amostras de atletas russos para analisar nos seus laboratórios de Colónia, na sequência da investigação sobre práticas de doping na Rússia, denunciadas pela televisão germânica ARD.
As duas reportagens emitidas no início do mês pela ARD denunciaram práticas sistemáticas de doping no atletismo russo, assim como alegada corrupção.
As práticas ilegais incluiriam o tesoureiro da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e presidente da Federação Russa de Atletismo, Valentin Balakhnichev, que teria colaborado na ocultação de casos de doping a troca de dinheiro.
"Escrevi uma carta à AMA, na qual deixei muito claro que estamos abertos a cooperar na criação de qualquer comissão internacional e dispostos a ajudar em tudo", disse o ministro dos desportos russo, Vitali Mutkó.
De acordo com Mutkó, e na sequência da sua carta, uma comissão da AMA deslocou-se a Moscovo para "levar cerca de 3.000 amostras ao laboratório de Colónia".
"As reportagens têm todas uma série de matrizes, aparecem nelas vários desportistas internacionais. Temos de investigar e, se existir algo de mal, estamos dispostos a corrigi-lo", frisou o ministro russo.
Ainda assim, Mutkó lamentou que a investigação da ARD assinale que "há um sistema (de doping) que é ocultado pelo estado".
"Não se podem tirar conclusões sobre todo o país. O doping não é só uma coisa da Rússia e, por isso, ratificámos a convenção da UNESCO e colocámos em marcha um código antidoping", frisou Mutkó.
Balakhniches cessou voluntariamente o cargo de tesoureiro da IAAF até que a Comissão de Ética da IAAF conclua a investigação em curso sobre o assunto.