Rui Águas quer levar Cabo Verde aos quartos-de-final da CAN 2015

“As outras três equipas são fortes e mais experientes, mas procuraremos fazer o melhor possível e brilhar, passar a fase de grupos tem de ser sempre um objetivo”, afirmou Rui Águas antes do último treino do estágio que a equipa realiza em Portugal.

O antigo internacional português considerou que a prestação de Cabo Verde - que tem como adversários no Grupo B a Zâmbia, a República Democrática do Congo e a Tunísia – depende muito “da força coletiva, do rigor tático e da concentração”.

Rui Águas, que assumiu em agosto o comando técnico dos ‘Tubarões Azuis’, traçou um retrato das outras equipas do grupo: “A Zâmbia é muito difícil, foi campeã há poucos anos, a Tunísia é talvez a mais forte física e defensivamente, e todas são evoluídas tecnicamente”.

O selecionador lembrou que em 2013, ano em que se estreou na CAN, Cabo Verde chegou aos quartos-de-final, e a boa campanha da equipa na fase de grupos para esta edição.

“Entramos em pé de igualdade com as restantes equipas. Somos um competidor que tem de ser valorizado pela qualificação que fez”, disse, lembrando que a seleção cabo-verdiana terminou o apuramento na primeira posição do grupo, à frente da Zâmbia.

O técnico admitiu que a mudança da CAN de Marrocos para a Guiné Equatorial pode ser prejudicial, em termos de apoio, para a equipa de Cabo Verde.

“Teríamos mais apoio em Marrocos, é um local mais próximo, mais acessível, mais barato”, disse Rui Águas.

O antigo avançado do Benfica e FC Porto considerou que a liga portuguesa vai ficar a perder com a saída temporária de mais de uma dezena de jogadores africanos que vão disputar a CAN, entre 17 de janeiro e 08 de fevereiro.

“São jogadores que têm dado nas vistas e acrescentam qualidade ao nosso campeonato, mas têm esta competição que é muito importante para o país e para eles próprios”, referiu.

Rui Águas, um dos dois treinadores portugueses a marcar presença na CAN, a par de Jorge Costa, técnico do Gabão, fez um balanço bastante positivo do estágio que a equipa termina hoje em Portugal.

“Foi confortável estagiar em Portugal, tivemos boas condições para a preparação, o primeiro jogo [1-1 com a Guiné Equatorial] correu bem e serviu para a utilização dos de todos os jogadores, que era prioritário”, considerou

Fernando Varela, um jogador formado no Sporting e que alinha no Steaua de Bucareste, garante que a equipa “quer ir jogo a jogo, e tentar vencer” e admite que a chegada de Rui Águas “foi uma mais-valia para a seleção”.

O defesa central, que em Portugal representou Trofense, Estoril-Praia e Feirense, também lamenta a mudança de local da CAN, porque a sua seleção vai “ter menos apoio”.

O avançado Ryan Mendes, jogador dos franceses do Lille, considerou que o grupo “é bastante equilibrado”, mas está convicto de que a “Tunísia tem mais experiência que os outros”.

Ainda antes da competição, na qual se estreia a 18 de janeiro frente à Tunísia, a seleção de Cabo Verde vai disputar no Senegal um particular com a República Democrática do Congo, sua adversária no Grupo B.

A Guiné-Equatorial vai acolher a CAN2015, que reúne 16 seleções, em substituição de Marrocos, que acabou por desistir depois de ter sido negado um pedido de adiamento da competição para 2016 por medo da propagação do vírus Ébola.