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A Federação Russa de Futebol (RFU) anunciou hoje que vai utilizar dinheiro que recebeu da FIFA há dois dias para pagar ao selecionador Fábio Capello, que tem sete meses de salários em atraso.
“Recebemos há dois dias dinheiro extra da FIFA, vamos usá-lo para pagar a dívida, mas não chegará para pagar tudo”, afirmou Nikolai Tolstij, presidente da RFU, em conferência de imprensa.
Em meados de dezembro, a agência russa do trabalho prorrogou até 19 de janeiro o prazo para a RFU pagar ao técnico italiano os sete meses de salários em atraso que, com taxas incluídas, ronda os 7,9 milhões de euros.
“A RFU sabe as suas responsabilidades enquanto empregador. Quero sublinhar que estamos a envidar todos os para saldar a dívida”, acrescentou o presidente.
Capello, que alegadamente é o selecionador mais bem pago do mundo, disse em outubro que a sua paciência estava a acabar, e nunca mais falou publicamente do assunto.
O organismo também deve dinheiro aos elementos da equipa técnica de Capello, a árbitros e a delegados de jogos da Liga russa de futebol.
O presidente da UEFA, Michel Platini, afirmou hoje, após um encontro com o presidente da RFU, que Capello “nunca se queixou sobre o assunto”, mas considerou que a situação não é boa para ninguém.
“Não me parece correto que RFU não pague os salários em atraso. É publicidade negativa para a Rússia, que em 2018 vai organizar o Mundial. Gostava que a RFU resolvesse o assunto”, disse o presidente da UEFA.
Capello, de 68 anos, assumiu o comando técnico da Rússia em 2012, e no ano passado assinou um novo contrato com a RFU, que se prolonga até ao Mundial de 2018, que terá lugar na Rússia.
