A autarquia da Figueira da Foz está em negociações com a Naval 1º de Maio para o arrendamento do estádio municipal José Bento Pessoa, disse hoje à agência Lusa o vereador com o pelouro do Desporto.
Em declarações à margem da inauguração dos balneários do campo de treinos do estádio municipal, Carlos Monteiro disse que a autarquia está a negociar o arrendamento daquela infraestrutura desportiva, que esteve cedida ao clube ao longo de mais de duas décadas e cujo protocolo foi denunciado, o ano passado, por incumprimento da Naval.
De acordo com o vereador, a Câmara Municipal apresentou uma proposta à Naval para arrendamento do Bento Pessoa, cujos termos passam pelo clube assumir as despesas com água, luz e manutenção do espaço, acrescidos de uma renda mensal no valor "simbólico" de 100 euros.
"É um valor suficientemente alto para se perceber que é um arrendamento e suficientemente baixo para se perceber que a manutenção das instalações é elevada", argumentou o autarca.
À proposta camarária, a Naval 1º de Maio contrapôs outra, que a autarquia "está a avaliar", que passa por poder existir uma moratória até final da presente época desportiva antes do arrendamento entrar em vigor, disse, por seu turno, António Jorge Pedrosa, membro da comissão diretiva do clube da Figueira da Foz.
"Não contestamos os valores, o que estamos a pedir é um período de transição", afirmou.
O futuro contrato de arrendamento poderá, no entanto, ser assinado não com uma, mas duas entidades - além da Associação Naval 1º de Maio, também a Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do clube da Figueira da Foz -, já que o novo regulamento municipal permite a cedência do campo de futebol relvado ao clube melhor classificado nos campeonatos nacionais e é a Naval SAD que possui esse estatuto, já que compete no Campeonato Nacional de Seniores.
O vereador do Desporto confirmou ainda que os clubes que utilizam o campo de treinos, cuja requalificação - com instalação de relvados sintéticos e construção de balneários - orçou em mais de 700 mil euros, quase 600 mil financiados por fundos europeus, vão passar a pagar a utilização do espaço a partir de fevereiro.