Com o número de participantes a aumentar de ano para ano e com Pedro Ramalho a sagrar-se campeão europeu, está a decorrer até domingo o 12.º Open Europeu de jiu-jitsu, no pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa.
Entre gritos de incentivo, braços erguidos na vitória de cada combate e frustração presente nos rostos em cada derrota, são em média mais de cinco mil os espetadores que vibram diariamente nesta prova do circuito mundial de jiu-jitsu, organizado pela Federação Internacional de Jiu-Jitsu brasileiro e que conta com a ajuda da Federação Portuguesa desta arte marcial, que conquista cada vez mais pessoas em Portugal.
Em declarações à agência lusa, o presidente da federação portuguesa, Augusto Alves da Silva, explicou o contexto desta prova, que começou há 12 anos e que vê como a "criança que a federação deu à luz, e que não para de crescer", competição que deverá reunir este fim de semana mais de 3.000 atletas.
"Este Open é uma etapa do circuito mundial, o qual somos anfitriões há 12 anos. Ajuda não só o crescimento da modalidade como também o comércio da cidade, uma vez que nós conseguimos trazer cerca de quinze mil pessoas a Portugal, e obviamente os hotéis, os restaurantes e os taxistas", reiterou o responsável máximo da federação.
O jiu-jitsu brasileiro foi criado por uma família daquele país sul-americano, que criou um estilo próprio e que tem em Roger Gracie - neto de Carlos Gracie, criador deste estilo - o herdeiro desse legado.
Roger é o único tricampeão mundial de jiu-jitsu na categoria de faixa preta em absolutos - a mais importante de todas - e marca presença nos `opens´ portugueses desde o primeiro, notando "uma evolução tremenda" desde o primeiro campeonato até hoje, que considera ser o "melhor campeonato da história, com mais de 3.000 participantes".
Hoje em dia, o brasileiro de 33 anos, que vive em Londres há 12 anos, luta MMA, reiterando, no entanto, que é um "apaixonado pelo jiu-jitsu", paixão essa que lhe permite ter uma academia em Londres, onde dá aulas a mais de 200 alunos, sendo que neste campeonato da europa tem 150 alunos em competição.
Se Roger é o nome mais reconhecido na categoria mais importante, na faixa roxa, a terceira da hierarquia, o português Pedro Ramalho é, aos 20 anos, o novo campeão da Europa, cinco anos após ter começado a praticar a modalidade por "influência de amigos".
Conjugando o jiu-jitsu com o curso de engenharia de materiais na Faculdade de Engenheria do Porto, o jovem português, que pertence à equipa Team Manoel Neto, mostrou-se radiante com a conquista do título, que foi "fruto de muito treino" e do " incrível apoio do público", traçando como objetivo para a sua carreira "chegar à faixa preta e ser campeão mundial".
Nesta arte-marcial pautada pela dedicação, muitas vezes os intervenientes exercem mais do que uma função, como é o caso de Ronaldo Carlos, árbitro nesta prova, lutador e professor de jiu-jitsu, que veio para Portugal em 2012 para se dedicar exclusivamente a esta modalidade.
"Sou filho de portugueses e vim para Portugal, pois sabia que o jiu-jitsu ia evoluir como evoluiu no Brasil, e hoje em dia posso dizer que tenho uma vida estável e dedico-me exclusivamente ao jiu-jitsu", afirmou.
Treinador de uma equipa em Aveiro, professor da modalidade num ginásio e ainda lutador, Ronaldo caracterizou este open como "um dos mais competitivos com combates muito intensos e equilibrados".