O português Luís Figo justificou hoje a sua candidatura à presidência da FIFA, nas eleições que vão decorrer a 29 de maio, com a ambição de mudar o organismo e retribuir o que o futebol lhe deu.
“Devo o futebol o que sou e sinto que chegou a hora de retribuir tudo o que recebi, ao longo de tantos e tantos anos. Decidi candidatar-me a presidente da FIFA, foi uma decisão ponderada, assente na vontade de mudança, numa visão reformadora e na necessidade de dar mais transparência a uma instituição que vai perdendo credibilidade e a sua capacidade mobilizadora”, afirmou Luís Figo, numa declaração em vídeo publicada no sítio da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) na Internet.
Luís Figo, de 42 anos, anunciou ser o sexto candidato à presidência do organismo que rege o futebol mundial, depois de Joseph Blatter, atual presidente, Michel van Praag, presidente da federação holandesa, David Ginola, ex-jogador francês, Jerome Champagne, candidato independente francês, e o príncipe Ali bin Al Hussein da Jordânia, vice-presidente da FIFA, confirmando o apoio da FPF.
“Quero agradecer à FPF, na pessoa de Fernando Gomes, o facto de me apoiar e ser a federação proponente desta candidatura. Somos um país que deu a conhecer novos mundos ao mundo, somos um país de futebol, somos um país com cinco bolas de ouro, devemos ser também, por isso, um país e uma federação ativa e empenhada na mudança, podem contar comigo”, prosseguiu o antigo futebolista de Sporting, FC Barcelona, Real Madrid e Inter Milão.
O vencedor do prémio de melhor futebolista de 2001 e da Bola de Ouro de 2000 revelou, na mesma mensagem divulgada pela FPF, a sua vontade de mudança na FIFA.
“Olho para a reputação da FIFA e não gosto do que vejo, o futebol merece melhor, ao longo das últimas semanas, meses e até anos, assisti a uma acentuada degradação da imagem da organização e sinto que é tempo de inverter esta realidade. A FIFA tem de voltar a ser uma instituição respeitada e acarinhada em todo o mundo”, referiu.
Figo recorreu ainda à sua experiência futebolística para sustentar a sua capacidade de mudar a FIFA, para a qual exige que o “jogo” volte a ser a principal preocupação.
“O futebol, o jogo, tem de voltar a ser o foco da FIFA. Falei com muitas pessoas no futebol – jogadores, treinadores e presidentes de federações – e todos pensam que algo tem de ser feito. Fui jogador profissional, trabalhei no jogo a todos os níveis ao longo da minha vida e penso que sei o que é bom para ele”, salientou.
As eleições para a presidêcia da FIFA, cujo prazo de candidatura termina a 29 de janeiro, decorrem a 29 de maio, no segundo de dois dias do congresso da FIFA, em Zurique, na Suíça.