As autoridades egípcias atualizaram hoje de 22 para 19 o número de pessoas mortas no domingo, em consequência dos incidentes no jogo de futebol entre o Enppi e o Zamalek, que vai ser treinado pelo português Jesualdo Ferreira.
O porta-voz do ministro do Interior do Egito, citado pela AFP, disse que as pessoas foram mortas por esmagamento, quando milhares de adeptos procuravam forçar a entrada num estádio do Cairo, e que nenhuma das vítimas resultou da ação direta das forças policiais.
“As mortes foram causadas pela debandada. Não há qualquer indício de terem sido disparadas armas de fogo. As vítimas apresentavam muitas feridas, algumas tinham o pescoço partido”, precisou Hani Abdel Latif, adiantando que 22 polícias ficaram feridos e que foram detidas 18 pessoas.
Os incidentes levaram o Governo a determinar a suspensão do campeonato egípcio da primeira divisão por tempo indeterminado.
O jogo entre o Zamalek e o Enppi decorreu com as bancadas ocupadas e não à porta fechada, como tem vindo a acontecer desde 2012, desde os episódios de violência ocorridos num estádio de Port-Saïd.
O ministro do Interior, no entanto, limitou o número de adeptos autorizados a entrar no estádio a 10.000, e os bilhetes esgotaram rapidamente.
Os adeptos que fazem parte do grupo Ultra White Knights, desprovidos de bilhete, tentaram forçar a entrada no estádio para poderem assistir ao jogo, disse a polícia.
Os agentes da polícia usaram gás lacrimogéneo para dispersar os adeptos, que, de acordo com a polícia e testemunhas, lançaram ‘very lights’.
Em dezembro, as autoridades egípcias decidiram autorizar o regresso, em número limitado, de espetadores a alguns jogos do campeonato da primeira divisão de futebol.
Em fevereiro de 2012, em Port-Saïd, num jogo entre o clube local Al-Masry e o Al-Ahly, adeptos do Al-Masry atacaram apoiantes da equipa adversária, treinada então por Manuel José, provocando violentos confrontos que fizeram 74 mortos e centenas de feridos.
O treinador Jesualdo Ferreira assinou esta semana pelo Zamalek, no qual substituiu um outro português, Jaime Pacheco.