O presidente do Gil Vicente, António Fiúza, criticou hoje as declarações do líder do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJFP), Joaquim Evangelista, sobre clubes das ligas profissionais que pactuam com a situação ilegal de jogadores estrangeiros.
“O Gil Vicente é um clube que cumpre inteiramente com as suas obrigações legais e que, inclusive, gasta milhares de euros por época a legalizar os seus atletas”, garantiu o presidente dos gilistas, numa nota publicada no site oficial do clube na Internet.
Joaquim Evangelista, presidente do SJFP, manteve quinta-feira uma reunião no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), para a qual foi convocado, depois das recentes notícias de detenções e notificações a futebolistas em situação ilegal.
“O que é grave é que há grupos identificados a promover isso, agentes que trazem oito, nove, dez jogadores, colocam-nos num local em condições desumanas e há clubes que são coniventes com essa realidade. O negócio, vamos ser claros, é a realização de uma transferência”, referiu Joaquim Evangelista à saída do SEF.
Em resposta, António Fiúza considerou que “se de facto existem clubes coniventes com a vinda de futebolistas estrangeiros para Portugal em situação ilegal, é necessário que se concretize a denúncia dos mesmos”.
Para o presidente do Gil Vicente é importante que “não se fique apenas em ameaças que somente prejudicam a imagem institucional dos clubes cumpridores”.
A maioria das situações, com notificações a 105 jogadores, envolve o Campeonato Nacional de Seniores (CNS), embora Joaquim Evangelista tenha reconhecido que há irregularidades nos escalões principais, sem identificar clubes ou agentes.
“Estou a falar das ligas profissionais também. Os jogadores, quando são transferidos, são normalmente para clubes de patamares superiores, há pessoas nesse nível que pactuam com isto, fazem parte da cadeia”, especificou.