Já falei, neste espaço, da importância do futebol nas redes sociais. Numa época em que as novas tecnologias são cada vez mais decisivas para a promoção do desporto-rei, é importante perceber que estar na rede não é somente estar presente no Facebook ou no Twitter. As ferramentas digitais são muitas e é necessário saber utilizá-las de forma correta.
É verdade que uma das melhores formas dos fãs interagirem com os clubes e os atletas do coração é através do Facebook ou do Twitter, duas das principais redes sociais à disposição dos adeptos. No entanto, a presença profissional de um clube na Internet não se pode limitar somente à produção de conteúdos nestas duas redes. É necessário muito mais.
A via digital é, hoje, uma mais-valia inquestionável, não só porque reduz as barreiras entre os adeptos e os clubes/jogadores, mas também porque ajuda a promover de forma ilimitada qualquer ação. Uma das principais ideias passa por criar comunidades. Grupos de pessoas que estão ligados por um interesse comum, neste caso o amor pelo clube. É, partindo deste princípio, que se devem desenvolver ações que ajudem a fortalecer o sentimento de pertença assim como a promoção da marca de determinado emblema desportivo.
A Internet também potencia o negócio digital ou o que os anglo-saxónicos chamam de 'e-business'. Se antigamente os adeptos teriam de se deslocar as lojas ou aos estádios para fazerem as suas compras, hoje qualquer produto ou serviço pode ser adquirido online. Dos bilhetes ao sofá com as cores do clube tudo pode ser comprado à distância de um simples clique. Uma realidade que os grandes emblemas já perceberam.
No entanto, na produção de conteúdos muito ainda deve ser feito. Quando entramos no site de certos clubes percebemos que os conteúdos, e o próprio design do espaço digital, são ainda muito pobres. Aquilo que é dado aos adeptos não ajuda minimamente a fomentar a cultura de partilha entre a instituição e o fã. Nas redes sociais a comunicação é também ela inexistente. O conteúdo é publicado, o adepto responde e muitas vezes faz perguntas e do outro lado impera o silêncio. As redes sociais só fazem sentido se forem utilizadas como ferramentas comunicativas, não como simples espaços onde são produzidos textos, vídeos ou fotografias.
Nos estádios a experiência digital é também mínima. Aqui, o exemplo pode vir dos Estados Unidos da América, onde o desporto é encarado, há muito tempo, como um negócio. Nos estádios de basquetebol, algumas zonas possuem cadeiras com televisores e os adeptos que o queiram podem assistir, ao minuto, às melhores jogadas e às repetições da partida em troco de uma mensalidade ou anuidade. Infelizmente, os estádios europeus estão ainda muito pouco preparados para incorporarem esta estratégia digital.
Este é um exemplo, mas outras formas de negócio e de promoção podem e devem ser pensadas. Por cá, a Internet trouxe imensas possibilidades aos clubes portugueses, cabe-lhes aproveitarem a oportunidade de marcarem presença na era digital. Os ingleses já há muito o perceberam e o último contrato milionário sobre os direitos televisivos da Premier League assim o prova.
Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.