O ministério chinês da Educação vai lançar no final de março manuais de futebol para os alunos do ensino primário e secundário, para tentar "melhorar as credenciais da China na modalidade", anunciou hoje a imprensa oficial.
Alem de ensinarem "as técnicas e as regras básicas" da modalidade, os manuais, divididos em sete volumes, pretendem "promover o espírito de equipa e o sentido da responsabilidade", disse um responsável da edição citado pelo Diário da Juventude de Pequim.
Os manuais incluem códigos que permitirão aos estudantes aceder a vídeos de instrução através dos seus ‘smartphones’, adiantou o mesmo responsável.
Há duas semanas, o grupo dirigente do Partido Comunista Chinês (PCC) encarregue do "aprofundamento global do processo de reformas" aprovou uma resolução apelando à promoção do futebol nas escolas.
"Devemos desenvolver e revitalizar o futebol para assegurar que somos uma nação forte no plano desportivo", concluiu o referido grupo, um organismo chefiado pelo presidente Xi Jinping, considerado um "grande adepto de futebol".
O ministério chinês da Educação anunciou no final de 2014 que o futebol vai passar a ser "parte obrigatória" da disciplina de Educação Física e que o desempenho dos estudantes na prática da modalidade contará para a avaliação global dos alunos.
Em 2017, prevê o governo chinês, o país deverá ter cerca de 20.000 escolas primárias e secundarias "focadas na promoção do futebol".
A formação de jovens talentos no futebol chinês é, também, um negócio em rápido desenvolvimento.
Em outubro de 2012, o Real Madrid e o campeão chinês de futebol, Guangzhou Evergrand, criaram uma escola da modalidade com capacidade para 10.000 alunos, que funciona em regime de internato.
Há cerca de um ano, abriu em Pequim uma academia com o nome de Luís Figo (Winning League/Figo Football Academy), orientada por um antigo treinador-adjunto do Sporting , Joaquim Rolão Preto, que entretanto já se implantou numa dezena de cidades chinesas e cujos técnicos são todos portugueses.
O futebol só se tornou uma modalidade profissional na China no início da década de 90, quando o PCC adotou o sistema de "economia de mercado socialista", mas, apesar dos maus resultados da sua seleção, é o desporto mais popular do país.
No ‘ranking’ da FIFA divulgado o mês passado, a China figurava em 82.º lugar.