O presidente do Sporting de Braga vai pedir uma assembleia-geral extraordinária para os sócios aprovarem a compra das ações que a Câmara Municipal de Braga (CMB) está disposta a alienar, disse hoje António Salvador à agência Lusa.
No final da reunião de câmara de segunda-feira, o presidente da autarquia disse ser uma "possibilidade" a alienação da parte que tem na SAD ‘arsenalista', por causa da nova lei das finanças locais que diz que o passivo das sociedades onde os municípios têm posições passa a contar para a sua capacidade de endividamento na proporção da percentagem do capital detido.
"É uma possibilidade que não pomos de parte, aliás nós entendemos que a relação e colaboração com as SAD's, nomeadamente com os clubes, não requer uma participação da CMB nos respetivos capitais, mas obviamente que teremos que equacionar a forma como vamos fazer essa alienação para não desestabilizar a respetiva gestão", disse então o autarca.
À agência Lusa, António Salvador diz ter sido apanhado de "surpresa" pela notícia, mas não está preocupado e quer aproveitar a intenção de Ricardo Rio para o clube ficar com a maioria da SAD.
"Não quero acreditar que o presidente Ricardo Rio queira fazer negócio com terceiros à custa dessas ações", frisou, sendo que, na mesma reunião camarária, Ricardo Rio já antecipava que "dificilmente a CMB conseguirá recuperar o valor que na altura investiu na aquisição das ações".
Salvador vai pedir, assim, para marcar uma assembleia-geral extraordinária para que os associados do Sporting de Braga se pronunciem sobre esta questão, estando "convencido que vão votar favoravelmente", ficando o clube com o controlo maioritário da SAD minhota (detém atualmente 37 por cento).
António Salvador diz compreender as dificuldades e limitações a que as autarquias agora estão mais sujeitas, mas sempre foi dizendo que "não seria a participação da CMB" na SAD bracarense a trazer-lhe problemas.
"A SAD do Sporting de Braga é saudável, tem capitais próprios positivos e o dobro do capital social, teve quase sempre resultados positivos ao longo de mais de dez anos, a exceção foi no ano passado", notou o dirigente.
A relação com a câmara não ficará afetada, garante.
"Sempre tivemos relações cordiais com este e anteriores executivos. Temos até estado a conversar para encontrar uma solução para os terrenos a Academia do Braga e, há cerca de um mês, entreguei-lhe em mãos uma solução, que fica perto do atual estádio", revelou.
Segundo António Salvador, são terrenos camarários, mas a câmara não teria que gastar dinheiro nenhum na edificação do projeto.
O dirigente quer construir "sete campos de futebol e concentrar toda a formação”.
“É um projeto essencial para o Sporting de Braga e permitira também libertar o estádio 1.º de Maio, o Campo da Ponte e o das Camélias para outros clubes da cidade", afirmou.