O português Luís Correia procura melhorar o sexto lugar obtido no ano passado na categoria E3 do campeonato do mundo de enduro em 2015, secundado pelos compatriotas Diogo Ventura e Luís Oliveira na competição de juniores.
"O nosso objetivo quando estamos na competição é sempre melhorar, em 2014 passaram muitos pilotos bastante competitivos para a classe E3, o que se vai manter em 2015. Neste momento, há cerca de dez pilotos a disputar o pódio ao segundo e eu lá estarei para dar o meu melhor", afirmou Luís Correia, que foi quarto na estreia na categoria, em 2013, depois do 12.º lugar em E2, em 2012, em declarações à agência Lusa.
O piloto de Moçarria, no concelho de Santarém, disputa a classeE3, que integra as motas mais potentes do mundial - a dois tempos entre os 290 e 500 cc e a quatro tempos entre 475 e 650 cc -, enquanto Diogo Ventura e Luís Oliveira competem na classe de juniores (sub-24) -, na qual a potência dos motas é livre.
Luís Correia lamentou a presença de "poucos portugueses", salientando a obtenção de "resultados bastante interessantes", tendo em conta "a aposta reduzida nos desportos motorizados".
"Se eu não fosse piloto oficial da marca Beta Motor e não integrasse a equipa certamente que não poderia estar a disputar este campeonato, não há patrocinadores disponíveis para apoiar apesar de todos os anos bater a muitas portas. O investimento tem de ser considerável porque treinamos muito, temos imensas deslocações e muitas dessas verbas são da responsabilidade do piloto e não da equipa. Acabo por ter de fazer muita ginástica a nível financeiro, sem nunca conseguir o mesmo tipo de preparação de pilotos de outros países", explicou Luís Correia, que já subiu quatro vezes ao pódio em provas do mundial.
Diogo Ventura, que terminou o mundial de juniores de 2014 no quinto lugar, admitiu que a sua presença na equipa de fábrica Gas Gas Factory foi benéfica "em termos de custos", mas o piloto de Góis reconheceu que "os apoios foram poucos e nunca foi fácil", sem que isso lhe limite a ambição: "Espero conseguir sempre uma classificação dentro dos três primeiros classificados".
Objetivos mais modestos tem Luís Oliveira: "O meu objetivo para esta estreia passa por conhecer os meus adversários e terminar a prova com o máximo de pontos possíveis."
Quanto a custos, Luís Oliveira não considera que se trate de um desporto caro. "Não é propriamente um investimento elevado quando comparado com outras modalidades. Na realidade, embora haja muitos participantes, poucos são aqueles que se fazem notar e aí torna-se difícil conseguir apoios. Conto comigo, com a Yamaha Portugal e com alguns amigos, referiu.
Já sobre a realização da prova em Gouveia, considerou o fator benéfico, até porque "estas provas atraem sempre muito público e fãs" e poder estar a competir diante do seu público dá-lhe motivação extra.
Os três representantes lusos aplaudem a integração de Gouveia no calendário do mundial de 2015, entre 16 e 17 de maio, com a terceira etapa, sobretudo pela possibilidade de "sentir o apoio do público", segundo Luís Correia, que espera também que a prova sirva para "dar mais visibilidade à modalidade, que, apesar de ser a mais antiga do motociclismo, é ainda desconhecida de muita gente".
"Correr em Portugal, junto das nossas gentes, é sempre benéfico e temos de conseguir aproveitar esse fator para tirar alguma vantagem. No entanto, o ritmo do mundial é tão elevado que, por vezes, o fator casa pode não interessar", referiu Diogo Ventura.
Sem "muitos conselhos a dar" aos juniores, Luís Correia elogiou Diogo Ventura e Luís Oliveira, salientando a importância de partilhar, em português, "as melhores trajetórias e as opções para ser mais rápido".