O FC Porto chega ao jogo-chave da I Liga de futebol frente ao Benfica, domingo, na Luz, longe das condições anímicas ideais e com os índices de confiança e motivação abalados depois do ‘desastre’ de Munique.
Bem distinta, para não dizer oposta, seria a abordagem do FC Porto ao jogo mais importante da época se tivesse conseguido a proeza de eliminar o colosso Bayern, expetativa essa que criou depois da grande exibição e da vitória (3-1) que alcançou na primeira mão, no Dragão, o que contribuiu para tornar mais traumática a derrota pesada (6-1) de Munique do que seria noutro contexto.
Julen Lopetegui vai ter cinco dias para recuperar psicologicamente os jogadores e os seus níveis de confiança, o que se afigura tarefa complicada, mas sem o que não será possível ganhar na Luz e colocar-se em posição privilegiada, sobretudo se vencer por dois golos, para conquistar o título.
Do ponto de vista estratégico para o jogo, Lopetegui está numa posição bem menos confortável do que Jorge Jesus, porque tem forçosamente de ganhar o jogo, logo ter iniciativa, assumir as despesas do jogo e correr tanto mais riscos quanto é sabido que o tempo joga a favor do Benfica, que dispõe ainda de margem para perder e continuar à frente do campeonato em função da vitória no Dragão por 2-0.
O FC Porto está a fazer uma época claramente superior à anterior, como o demonstra o facto de somar mais 13 pontos à 29.ª jornada (então a penúltima), mas também é um facto que a SAD investiu fortemente e o plantel é muito mais rico do que aquele que esteve à disposição do treinador Paulo Fonseca.
A equipa portista entrou bem no campeonato, com três vitórias consecutivas, mas nas três jornadas seguintes somou, inesperadamente, três empates, que custaram seis pontos, em Guimarães, na receção ao Boavista e em Alvalade.
O ‘estado de graça’ de Lopetegui esfumou-se rapidamente e as críticas começaram a desabar sobre o treinador basco, em particular pela rotatividade de jogadores que este promoveu na gestão do plantel em vez de apostar num ‘onze’ base.
Até ao jogo com o Benfica, no Dragão, as críticas abrandaram, com cinco vitórias consecutivas, intercaladas com um empate a dois golos no Estoril, para o campeonato, mas o que voltou a colocar Lepetegui na mira dos adeptos portistas foi a eliminação em casa frente ao Sporting para a Taça de Portugal, a 18 de outubro.
O treinador basco deixou quatro titulares no banco, para lançar Andrés Fernandez, José Angel, Quintero e Adrian no ‘onze’ e o Sporting foi ao Dragão vencer por 3-1 e frustrar um dos objetivos portistas para a época em curso.
Na receção ao Benfica, a 14 de dezembro, o FC Porto podia ter igualado o rival no topo de classificação caso vencesse, mas sofreu uma derrota por 2-0.
Os ‘dragões’ recuperariam paulatinamente com vitórias sucessivas, apenas interrompidas com as deslocações à Madeira, onde perderam duas vezes com o Marítimo (para o campeonato e Taça da Liga) e empataram com o Nacional, num jogo em que não tiveram capacidade para aproveitar a derrota do Benfica frente ao Rio Ave, em Vila do Conde, horas antes.
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