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Lavrense pede reunião com a Câmara de Matosinhos

A rescisão do contrato com a União Desportiva Lavrense, que registou o terreno do antigo campo por usucapião, saiu hoje da agenda da reunião de Câmara de Matosinhos porque o clube contactou a autarquia para tentar solucionar o problema.

Lavrense pede reunião com a Câmara de Matosinhos
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No início de abril, o presidente independente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, transmitiu à agência Lusa a posição que havia defendido em reunião privada do executivo, de que a autarquia iria cessar relações com a União Desportiva Lavrense e revogar o contrato de cedência do seu complexo desportivo por "roubo" do terreno do antigo campo, uma vez que o clube o registou por usucapião, tendo perfeita consciência de que "era da propriedade da Câmara de Matosinhos e da Segurança Social".

Hoje, o ponto 15 da agenda da reunião privada de câmara previa a "rescisão do contrato-programa de desenvolvimento desportivo celebrado com a União Desportiva Lavrense e transição da gestão do complexo desportivo municipal de Lavra para a Matosinhos Sport", mas foi retirado pelo vice-presidente, que liderou a reunião.

Fonte da autarquia explicou à agência Lusa que Eduardo Pinheiro justificou esta decisão com o facto de a Lavrense ter solicitado uma reunião à Câmara de Matosinhos para resolver este assunto, não tendo a autarquia qualquer interesse em quebrar este contrato, decisão para a qual foi forçada devido à atuação do clube.

A decisão sobre este contrato fica assim adiada, sendo previsível que a reunião entre o clube e a autarquia decorra após o dia 20 de maio, data da assembleia-geral do clube.

Hoje, antes mesmo da reunião privada começar, os deputados do PS da Câmara de Matosinhos expressaram, em comunicado enviado às redações, "a sua enorme preocupação com esta proposta por parte da autarquia, esperando com a sua intervenção conseguir travar a mesma e abrir portas a um diálogo profícuo entre as partes, onde impere o bom senso, e especialmente os interesses dos lavrenses".

A 10 de abril, a concelhia do PSD/Matosinhos já havia repudiado as declarações de Guilherme Pinto, apelando ao bom senso das entidades envolvidas e manifestou "o seu total desacordo com a forma leviana e desequilibrada" como o presidente da câmara "veio tratar publicamente um assunto sério sobre a retirada do complexo desportivo onde treina o clube União Desportiva de Lavrense".

O novo complexo desportivo de Lavra foi inaugurado em 2007 então por Guilherme Pinto, equipamento que alberga atualmente União Desportiva Lavrense, tendo então custado cerca de três milhões de euros e comporta um campo de futebol com medidas oficiais.

"Há dois anos que andávamos a conceber um projeto, tendo inclusivamente havido um concurso de ideias, para utilizar o antigo campo de futebol. A Câmara de Matosinhos estava em negociações com a Segurança Social para transformar aquele espaço numa zona de requalificação", explicou então Guilherme Pinto.

Segundo o presidente da câmara, a autarquia foi surpreendida "por uma atitude inconcebível", acrescentando que o clube "tinha consciência que se estava a apropriar de uma coisa que não era deles".

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