O francês Sébastien Ogier (Wolkswagen) é o principal candidato à vitória no Rali de Portugal (21 e 25 de maio), mas o inesperado fracasso na Argentina gera alguma incerteza antes da quinta prova do Campeonato do Mundo.
Após um domínio absoluto no arranque do Mundial, com triunfos em Monte Carlo, Suécia e México, a Volkswagen, entre problemas mecânicos e acidentes, não pontuou e falhou o pódio pela primeira vez em 20 ralis, para proveito do britânico Kris Meeke, que estreou o palmarés no WRC na sua quarta temporada, e da Citroën, que não ganhava um rali desde agosto de 2013, após a retirada de Sébastien Loeb.
Impedido de discutir o triunfo devido a falhas na injeção e na direção assistida no Polo-R, Ogier está convicto de que a Volkswagen tem os problemas identificados e espera igualar o recorde de cinco vitórias do finlandês Markku Alen em Portugal, mesmo com a mudança do Algarve para a região norte.
"Só tenho boas memórias do Rali de Portugal. Já lá ganhei quatro vezes (...). Sei que a vitória, desta vez, me coloca ao lado de Markku Alen, que detém o recorde de triunfos em Portugal. Esse é, obviamente, o meu objetivo", assumiu o bicampeão do mundo, sublinhando que é muito importante regressar em força depois do frustrante fim de semana na Argentina.
Mas o gaulês espera concorrência cerrada: "Tanto a Citroën, com Kris Meeke e [o norueguês] Mads Ostberg, e a Ford, com [o britânico] Elfyn Evans, provaram-no de forma enfática na Argentina. Não será fácil”, anteviu o piloto que lidera o Mundial com 84 pontos.
Ostberg, segundo nos dois ralis americanos, aproveitou a razia na Citroën e o abandono do belga Thierry Neuville (Hyundai) na Argentina para subir ao segundo lugar do Mundial, mas Ogier continua a ter uma confortável margem de 33 pontos. O seu colega Andreas Mikkelsen (47 pontos), Evans (41), Neuville e Meeke (35) ocupam as posições seguintes.
À partida para a 49.ª edição do Rali de Portugal, que abre com uma superespecial em Lousada na quinta-feira, todos eles terão um desafio em comum: um lote de novos troços que marcam o regresso da prova ao norte do país, entre o Minho e Trás-os-Montes, após mais de uma década sediado no Algarve.
Os testes efetuados em Portugal e o evento de promoção Fafe Rally Sprint realizado nos anos anteriores permitiram aos pilotos tirar algumas conclusões sobre as diferenças, como o finlandês Jari-Matti Latvala (Volkswagen), que notou no novo itinerário "um piso mais macio, que oferece maior aderência e permite uma condução mais agressiva".
Isto se as condições climatéricas não baralharem as contas. "Tudo depende do tempo. Se chove, as estradas são incrivelmente escorregadias e tornam muito difícil a condução", acrescentou Latvala.
Com pouco mais de 350 quilómetros divididos em 16 provas especiais de classificação, o Rali de Portugal tem 96 inscritos, apesar de uma participação portuguesa mais desinteressada, tendo em conta que este ano a prova não pontua para o Campeonato Nacional.
Ainda em fase de adaptação ao Peugeot 208 T16, o madeirense Bernardo Sousa será um dos mais empenhados, uma vez que, à semelhança do que fez em 2014, inicia em Portugal a sua época no escalão WRC2, que terá em Portugal os vencedores das quatro provas anteriores.
Realce ainda para a estreia mundial do Skoda Fabia R5, que será pilotado por quatro pilotos, nomeadamente o campeão europeu, Esapekka Lappi, e o português Pedro Meireles, campeão nacional, não inscrito em WRC2.