Os presidentes das câmaras de Fafe, Amarante, Baião e Lousada defendem que o sucesso do Rali de Portugal disputado no norte do país faça com que o Turismo de Portugal apoie, em 2016, a realização da prova.
"Falta que o Turismo de Portugal ajude a financiar esta prova, porque é decisivo para que o rali continue a afirmar o país no mundo", comentou José Luís Carneiro, de Baião.
À Lusa, Carneiro recordou que "os milhares e milhares de aficionados que se deslocavam para o Algarve estão no norte e eles merecem" que a administração central "se envolva financeiramente na prova".
Idêntica posição tem o presidente da Câmara de Fafe, concelho onde se disputou, no domingo, a última classificativa do rali conhecida como "power stage", à qual assistiram dezenas de milhares de pessoas, para além da transmissão televisiva em direto para dezenas de países.
"Espero que esse apoio regresse e não nos obrigue [municípios] a este esforço financeiro adicional para demonstrar que esta prova faz ainda mais sentido no Norte de Portugal", declarou Raul Cunha.
"O rali precisa desta moldura humana. O rali precisa de público e ele está no Norte", afirmou, apontando para a assistência.
Para o autarca de Fafe, a retirada do apoio à prova no ano em que se realizava no norte do país foi "inqualificável".
Pedro Machado, de Lousada, onde se realizou a superespecial de abertura da prova, à qual assistiram 25.000 pessoas, disse à Lusa ter "chegado a hora de o Turismo de Portugal dar mão à palmatória e corrigir o erro que cometeu".
"Este enorme sucesso provou que o Turismo de Portugal deve apoiar a realização do rali aqui no Norte", acentuou o presidente de Lousada.
José Luís Gaspar, de Amarante, onde se realizou a maior classificativa da prova, defendeu que o sucesso do rali, nomeadamente o "excelente" comportamento do público e o retorno económico, justifica que a competição se mantenha, em 2016, no norte do país.
"O rali está aqui, porque os municípios se uniram em torno de uma vontade", acentuou o edil.
"O rali é um bom exemplo que os municípios da região norte dão ao país", afirmou à Lusa, a propósito da colaboração estabelecida entre 13 câmaras municipais para garantir a realização da competição.
Nos vários concelhos, estiveram dezenas de milhares de espetadores, muitos dos quais estrangeiros, sobretudo espanhóis.
Os quatro autarcas ouvidos hoje pela Lusa vincaram o retorno económico que a prova gerou nas economias locais. Restauração, hotelaria e supermercados terão sido as áreas de negócios com mais proveitos, nos últimos dias, nos vários municípios por onde passou a prova.
A promoção internacional do território, através das transmissões televisivas em 150 países, é outra vantagem que os autarcas não se cansam de evidenciar.
O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, ouvido pela Lusa, estima que o retorno económico da prova tenha ultrapassado os 100 milhões de euros.