Humberto Coelho diz que «a corrupção tem de ser combatida»

"A corrupção tem de ser combatida. Isto é mau para as instituições. Esperemos é que haja transparência porque isso é fundamental para o desenvolvimento do desporto", observou Humberto Coelho à margem da homenagem ao desporto nacional promovida pelo Presidente da República, Cavaco Silva, em Lisboa.

O dirigente federativo lembrou que, apesar de já terem sido acusados nove dirigentes e cinco parceiros do organismo que rege o futebol mundial, acusados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos de conspiração e corrupção durante os últimos 24 anos, "ainda ninguém foi punido".

"Há uma investigação em curso, por isso vamos esperar pelos resultados. Não há mais nada de concreto neste momento", assinalou o vice-presidente da FPF, enquanto Vítor Baía, antigo guarda-redes internacional português, considerou que a batalha contra a corrupção no seio da FIFA é "uma luta inglória".

"Já todos presenciámos situações graves, mas nunca pensei que pudesse atingir este nível. Com esta investigação pode ser que se condiga chegar a algo mais concreto", disse Vítor Baía, também presente na cerimónia, realizada no antigo edifício do Museu dos Coches.

Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão, assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).

Os outros dirigentes indiciados são o brasileiro José María Marín, o costarriquenho Eduardo Li, o nicaraguense Júlio Rocha, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.

O organismo norte-americano revelou ainda que as buscas feitas na Associação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas (CONCACAF) estão também relacionadas com este caso.

Esta acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia suíça confirmarem a detenção, feita hoje, por acusações de corrupção, de sete dirigentes da FIFA, em Zurique, quando se encontravam num hotel na cidade.

As autoridades helvéticas indicaram que se prevê a sua extradição para os Estados Unidos, onde as autoridades de Nova Iorque os investigam por terem, alegadamente, aceitado subornos desde o início dos anos 1990.