A procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, disse hoje que a atual investigação a dirigentes e parceiros da FIFA, sobre eventuais subornos, implica também a atribuição do Mundial2010 à África do Sul.
“Em 2004, começou a campanha para albergar o Mundial de 2010, que acabou por ser atribuído à África do Sul, a primeira vez que o continente africano acolhia o torneio. Até para este evento histórico, membros da FIFA e outros corromperam todo o processo recorrendo a subornos para influenciar a escolha do anfitrião”, denunciou Loretta Lynch, em conferência de imprensa.
Sobre os processos de atribuição dos mundiais de 2018, à Rússia, e 2022, ao Qatar, a procuradora limitou-se a responder que decorrem dois processos paralelos que estão a ser investigados pelas autoridades suíças.
Sobre esta denúncia de Loretta Lynch, um porta-voz da Confederação Africana de Futebol, Dominic Chimhavi, disse à agência AFP que “tratam-se apenas de alegações” e que “ninguém está a ser investigado” no organismo africano.
Segundo as autoridades norte-americanas, podem estar em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros), praticados nos últimos 24 anos.
Para já, nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA estão indiciados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, acusados de conspiração e corrupção durante os últimos 24 anos.
Entre os acusados estão Jack Warner, antigo presidente da Confederação Norte-americana de Futebol (Concacaf), dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão, assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).
Os outros dirigentes indiciados são o brasileiro José María Marín, o costarriquenho Eduardo Li, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.
Esta acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia suíça confirmarem a detenção, feita hoje, por acusações de corrupção, de sete dirigentes, em Zurique, quando se encontravam num hotel na cidade.
As autoridades helvéticas indicaram que se prevê a sua extradição para os Estados Unidos, onde as autoridades de Nova Iorque os investigam por terem, alegadamente, aceitado subornos desde o início dos anos 1990.