A Rússia acusou hoje os Estados Unidos de alargar ilegalmente a sua jurisdição “muito para além das suas fronteiras”, após a detenção de dirigentes da FIFA na Suíça, a pedido da Justiça norte-americana.
Num processo com 14 indiciados, entre os quais nove dirigentes ou ex-firigentes da FIFA, dos quais sete foram detidos em Zurique, Washington solicitou a sua extradição para que sejam julgados por corrupção.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia exortou os Estados Unidos a “absterem-se de tentar fazer justiça fora das suas fronteiras”.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Associação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).
Entre os restantes dirigentes indiciados está o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trindade e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.
Esta acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido Webb, Li, Rocha, Takkas, Figueredo, Esquivel e Marin em Zurique, quando se encontravam num hotel na cidade, em vésperas do congresso da FIFA, no qual está prevista a eleição do presidente para o próximo mandato, cargo ao qual concorrem o atual líder, o suíço Joseph Blatter e Ali bin Al-Hussein, da Jordânia.
Simultaneamente, as autoridades suíças revelaram ter instaurado uma investigação à atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar, respetivamente.