Alguns dos principais patrocinadores da FIFA, entre os quais a Coca-Cola, a Adidas e a McDonald's manifestaram hoje preocupação perante o escândalo de corrupção a afetar a organização de cúpula do futebol mundial.
A cadeia de 'fast food' norte-americana manifestou-se “extremamente inquieta” face às acusações de corrupção de que foram alvo nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA.
“A McDonald’s leva muito a sério a problemática relativas à ética e à corrupção e as informações do Departamento de Justiça norte-americano são extremamente preocupantes”, escreve a multinacional, numa nota citada pela agência AFP.
“Vamos continuar a seguir de muito perto a situação”, acrescentam, sem esclarecer se o episódio terá algum reflexo no apoio financeiro da empresa à FIFA.
A Adidas, marca de equipamento desportivo, reafirmou, por seu turno, o seu compromisso com um futebol que “promova exigências elevadas em termos éticos”.
“Em face das informações hoje divulgadas, encorajamos a FIFA a promover normas conformes à transparência”, pode ler-se em nota divulgada pela empresa.
A empresa cervejeira AB Inbev disse também desejar que os seus parceiros observem “grandes exigências em matéria de ética e transparência”.
A Coca-Cola, que paga anualmente cerca de 30 milhões de dólares (27,5 milhões de euros) para ser um dos patrocinadores da FIFA, divulgou um comunicado em que manifesta “preocupação acerca das alegações” que impendem sobre responsáveis da organização e manifesta o desejo que as questões relativas à corrupção sejam abordadas “com seriedade”.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).
Dos restantes dirigentes indiciados fazem parte o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.
A FIFA suspendeu provisoriamente 11 pessoas de toda a atividade ligada ao futebol: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, e Chuck Blazer, antigo homem forte do futebol dos Estados Unidos, ex-membro do Comité Executivo da FIFA e alegado informador da procuradoria norte-americana, que já esteve suspenso por fraude.
A acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido Webb, Li, Rocha, Takkas, Figueredo, Esquivel e Marin na quarta-feira, num hotel de Zurique, a dois dias das eleições para a presidência da FIFA, à qual concorrem o atual presidente, o suíço Joseph Blatter, e Ali bin Al-Hussein, da Jordânia.
Simultaneamente, as autoridades suíças abriram uma investigação à atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar.