A Confederação Asiática de Futebol (AFC) reiterou hoje o seu apoio ao presidente da FIFA e opôs-se ao adiamento das eleições à liderança da instituição, previstas para sexta-feira, apesar da detenção de sete dos dirigentes por corrupção.
A AFC, que em 2012 suspendeu o seu ex-presidente Mohamed Bin Hammam por corrupção, é o terceiro bloco regional na FIFA, com 47 países membros e considerada uma aliada do atual presidente.
"A Confederação Asiática de Futebol expressa a sua deceção e tristeza pelos acontecimentos de quarta-feira, em Zurique, ao mesmo tempo que se opõe a qualquer adiamento nas eleições presidenciais da FIFA de sexta-feira, 29 de maio", disse a AFC, em comunicado.
A organização manifestou-se "contra qualquer forma de corrupção no futebol" e disse apoiar "totalmente as ações tomadas pelo comité independente de ética da FIFA, seja onde for que tenham sido os crimes, afetem ou não dirigentes asiáticos".
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).
Dos restantes dirigentes indiciados fazem parte o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.
A FIFA suspendeu provisoriamente 11 pessoas de toda a atividade ligada ao futebol: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, e Chuck Blazer, antigo homem forte do futebol dos Estados Unidos, ex-membro do Comité Executivo da FIFA e alegado informador da procuradoria norte-americana, que já esteve suspenso por fraude.
A acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido Webb, Li, Rocha, Takkas, Figueredo, Esquivel e Marin na quarta-feira, num hotel de Zurique, a dois dias das eleições para a presidência da FIFA, à qual concorrem o atual presidente, o suíço Joseph Blatter, e Ali bin Al-Hussein, da Jordânia.
Simultaneamente, as autoridades suíças abriram uma investigação à atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar.