O presidente da FIFA, Joseph Blatter, disse hoje que aquele organismo precisa de se reabilitar urgentemente, sublinhando que o caso de corrupção que levou à detenção de vários dirigentes não pode manchar o nome da instituição.
“A culpa, se forem condenados, é de algumas pessoas, não de toda a organização”, disse Blatter, que poderá hoje ser eleito para um quinto mandato à frente da FIFA.
A detenção de vários dirigentes e ex-dirigentes daquele organismo, após uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, é, para Blatter, “uma mancha”.
“Vamos limpar essa mancha, não podemos deixar que a reputação da FIFA seja atirada para a lama”, referiu.
Para Blatter, “o barco já não está lançado e a avançar tranquilamente”, pelo que Blatter voltou a pedir a ajuda das 209 federações da FIFA.
“Vamos reparar o dano, mas temos de começar a reparar o dano imediatamente”, declarou.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).
Dos restantes dirigentes indiciados fazem parte o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.
A FIFA suspendeu provisoriamente 12 pessoas de toda a atividade ligada ao futebol: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, Aaron Davidson e Chuck Blazer, antigo homem forte do futebol dos Estados Unidos, ex-membro do Comité Executivo da FIFA e alegado informador da procuradoria norte-americana, que já esteve suspenso por fraude.
A acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido Webb, Li, Rocha, Takkas, Figueredo, Esquivel e Marin na quarta-feira, num hotel de Zurique, a dois dias das eleições para a presidência da FIFA, à qual concorrem o atual presidente, o suíço Joseph Blatter, e Ali bin Al-Hussein, da Jordânia.
Simultaneamente, as autoridades suíças abriram uma investigação à atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar.