O presidente da UEFA considerou hoje “crucial” uma mudança na FIFA, abalada por um escândalo de corrupção envolvendo vários dirigentes próximos de Joseph Blatter, hoje reconduzido na presidência da organização.
Em comunicado, Platini felicita o príncipe jordano Ali bin Al Hussein, que disputou hoje com Blatter as eleições para a presidência da FIFA, sem se referir ao presidente da organização hoje reeleito para um quinto mandato consecutivo.
“Felicito o meu amigo príncipe Ali [bin Al-Hussein] pela sua admirável campanha e as federações que o apoiaram (…). Congratulo-me por a UEFA ter defendido e apoiado um movimento para a mudança na FIFA (o do príncipe Ali). Uma mudança que, a meu ver, é crucial se a organização quiser recuperar credibilidade”, pode ler-se na mensagem.
Michel Platini pediu na quinta-feira a demissão de Joseph Blatter, manifestando-se “enojado e desiludido” com o escândalo de corrupção que envolve a FIFA e garantiu que “uma grande maioria das associações” da UEFA iria “votar Ali [bin Al-Hussein]”, adversário de Blatter nas eleições de hoje.
O suíço Joseph Blatter foi hoje reeleito para um quinto mandato como presidente da FIFA, até 2018, ao vencer o jordano Ali bin al Hussein, num sufrágio realizado no 65.º Congresso do organismo que tutela o futebol mundial.
Blatter acabou por ser eleito ao final da primeira volta, depois de o seu oponente ter anunciado que não disputaria uma segunda volta.
O suíço é o oitavo presidente da FIFA, tendo sucedido, em 1998, ao brasileiro João Havelange. Na eleição de hoje, à qual chegaram a ser candidatos o português Luís Figo e o holandês Michael van Praag, Blatter recebeu 133 votos a favor, contra 73 de Ali bin al Hussein.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).
Dos restantes dirigentes indiciados fazem parte o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.
A FIFA suspendeu provisoriamente 12 pessoas de toda a atividade ligada ao futebol: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, Aaron Davidson e Chuck Blazer, antigo homem forte do futebol dos Estados Unidos, ex-membro do Comité Executivo da FIFA e alegado informador da procuradoria norte-americana, que já esteve suspenso por fraude.
A acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido Webb, Li, Rocha, Takkas, Figueredo, Esquivel e Marin na quarta-feira, num hotel de Zurique, a dois dias das eleições para a presidência da FIFA, à qual concorrem o atual presidente, o suíço Joseph Blatter, e Ali bin Al-Hussein, da Jordânia.
Simultaneamente, as autoridades suíças abriram uma investigação à atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar.