O secretário de Estado dos Desportos do Reino Unido, John Whittingdale, defendeu hoje que a organização de um Mundial de futebol alternativo, à margem da FIFA, seria possível com um “acordo forte” entre “aliados na Europa”.
“Há uma convergência na Europa sobre a necessidade de mudança (...) seria possível organizar um mundial alternativo, através de um acordo forte na Europa”, disse, no parlamento britânico.
Whittingdale apelou ainda aos patrocinadores e parceiros financeiros da FIFA a refletirem se “pretendem ficar ligadas a uma organização desacreditada e envolta em escândalos”.
O suíço Joseph Blatter foi reeleito a 29 de maio para um quinto mandato como presidente da FIFA, até 2018, ao vencer o jordano Ali bin al Hussein, num sufrágio realizado no 65.º Congresso do organismo que tutela o futebol mundial.
Blatter acabou por ser eleito ao final da primeira volta, depois de o seu oponente ter anunciado que não disputaria uma segunda volta.
O suíço é o oitavo presidente da FIFA, tendo sucedido, em 1998, ao brasileiro João Havelange. Na eleição da semana passada, à qual chegaram a ser candidatos o português Luís Figo e o holandês Michael van Praag, Blatter recebeu 133 votos a favor, contra 73 de Ali bin al Hussein.
A reeleição de Blatter aconteceu, no entanto, num momento conturbado da vida da organização, depois de o Departamento de Justiça dos Estados Unidos ter indiciado nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).
Dos restantes dirigentes indiciados fazem parte o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.
A FIFA suspendeu provisoriamente 12 pessoas de toda a atividade ligada ao futebol: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, Aaron Davidson e Chuck Blazer, antigo homem forte do futebol dos Estados Unidos, ex-membro do Comité Executivo da FIFA e informador da procuradoria norte-americana.
A acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido Webb, Li, Rocha, Takkas, Figueredo, Esquivel e Marin na quarta-feira, num hotel de Zurique, a dois dias das eleições para a presidência da FIFA.
Simultaneamente, as autoridades suíças abriram uma investigação à atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar.