O presidente da UEFA, Michel Platini, adiou hoje ‘sine die’ a reunião do organismo agendada para sábado, em Berlim, na qual deveria ser analisada a crise na FIFA, desencadeada pelas suspeitas de corrupção.
Em comunicado, Michel Platini garante que “segue com consternação os mais recentes desenvolvimentos nas investigações relacionadas com a corrupção na FIFA” e explica que decidiu adiar a reunião “devido à reviravolta de ontem [terça-feira]”.
Na terça-feira, Joseph Blatter demitiu-se da presidência da FIFA, na sequência do escândalo de corrupção que abala o organismo máximo do futebol, e pediu a marcação de um congresso extraordinário para eleição de um sucessor.
O suíço anunciou a saída apenas quatro dias após a sua reeleição para um quinto mandato na presidência da FIFA, que decorreu em ambiente conturbado, já depois da detenção de sete dirigentes do organismo a 27 de maio, em Zurique, dois dias antes do ato eleitoral.
“Vão surgir novas oportunidades para nos reunirmos em breve e certamente as coisas estarão mais claras”, refere o comunicado do presidente da UEFA.
Platini acrescenta que durante o fim de semana, em Berlim, todos vão poder concentrar-se “num dos eventos mais espetaculares da UEFA, a final da Liga dos Campeões”, que oporá a Juventus ao FC Barcelona.
Ainda antes das eleições para a FIFA, Platini pediu publicamente a demissão de Blatter, devido às detenções que decorreram pouco antes do último congresso da FIFA e que lançaram um escândalo de corrupção no organismo máximo do futebol mundial.
Horas depois, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes, incluindo os detidos, e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção ao longo dos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).