Comentário: Peru domina Bolívia, com Guerrero inspirado, e repete 'meias'

Depois de ficar em ‘branco’ na fase de grupos, o melhor marcador da edição de 2011 faturou aos 20, 23 e 74 minutos, materializando uma clara supremacia dos peruanos, liderados pelos médios Cueva e Farfán, que os bolivianos nunca pararam.

Com os três tentos, Paolo Guerrero, de 31 anos, passou a somar 24 pelo Peru, colocando-se em igualdade com Teodoro Fernández (1935/47) no segundo posto e a apenas dois do líder histórico e ex-portista Teófilo Cubillas (1968/82).

Pela Bolívia, que terminara a fase de grupos com um pesado desaire face ao Chile (0-5), marcou o avançado Marcelo Moreno, de grande penalidade, aos 84 minutos, tarde demais para colocar em causa o domínio dos peruanos, campeões em 1939 e 75, que, assim, repetem as meias-finais de 2011.

O selecionador boliviano trouxe como principal novidade no ‘onze’ a mudança para um sistema de três centrais, após o 0-5 com o Chile, enquanto o peruano mudou quase todo o meio campo, colocando Yotún, Retamoso e Farfán nos lugares de Sanchéz e dos castigados Ballón e Lobatón.

O Peru entrou muito forte, determinado e ‘mandão’, com Paolo Guerrero a ameaçar aos oito e 15 minutos e, como toda a naturalidade, a inaugurar o marcador aos 20, de cabeça, após centro da esquerda do lateral Vargas.

Logo a seguir, aos 23 minutos, o avançado de 31 anos ‘bisou’, em contra-ataque: na sequência de um livre para a Bolívia, Pizarro cortou de cabeça na área, Cueva tabelou com Farfán e isolou Guerrero, que marcou perante Quiñónez.

Depois de Guerrero ficar perto do ‘hat-trick’, aos 26 minutos, a Bolívia, até ai ‘ausente’, apareceu no jogo e quase reduziu, primeiro num grande remate de Morales, por cima, aos 27, e, aos 30, num cabeceamento de Moreno detido por Gallese.

Na parte final da primeira metade, voltou a ser o Peru a estar perto do terceiro, sempre por Farfán, que atirou a rasar o poste direito, servido pelo ‘omnipresente’ Guerrero, aos 37 minutos, e à barra, num livre direto, aos 45+1.

A Bolívia reentrou com Escobar e Lizio em vez dos laterais, mas foi o Peru que continuou por cima, com Cueva e Farfán a controlarem o meio campo e a pecarem apenas na finalização, o primeiro aos 55 e 68 minutos e o segundo aos 59 e 64.

Já depois de o Peru lançar o ‘leão’ Carrillo, aos 66 minutos, a Bolívia esgotou as substituições, aos 68, com a entrada de Pedriel, que, instantes depois, caiu na área, num choque com Gallese, após mau atraso de Ascues.

O árbitro não marcou o penálti que poderia ter relançado o jogo e, aos 74 minutos, Guerrero acabou, em definitivo, com as dúvidas, ao conseguir o ‘hat-trick’, na ‘cara’ de Quiñónez, depois de um passe desastrado do boliviano Danny Bejarano.

O ‘póquer’ do ‘9’ peruano ‘pairou’, aos 76 minutos, mas, aos 84, foi o a Bolívia a conseguir o golo de honra, num penálti marcado em força por Marcelo Moreno, após falta de Advíncula, que se escapou ao segundo amarelo, sobre Lizio.

Na formação peruana, Advíncula, do Vitória de Setúbal, foi titular, enquanto Carrillo (Sporting) e Paolo Hurtado (Paços de Ferreira) entraram na segunda parte, com o pacense quase a marcar aos 90+3 e 90+5 minutos.