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Panteão/Eusébio: Emoção e solenidade marcam trasladação do 'pantera negra'

Os restos mortais de Eusébio, antigo futebolista do Benfica e da seleção e símbolo do desporto português, repousam já no Panteão Nacional depois de uma cerimónia emotiva que culminou um cortejo fúnebre acompanhado por muitas centenas de pessoas.

Panteão/Eusébio: Emoção e solenidade marcam trasladação do 'pantera negra'
Futebol 365

Na cerimónia, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, destacou hoje que o futebolista Eusébio, que morreu a 05 de janeiro de 2014, com 71 anos, "é, verdadeiramente, uma figura nacional", "muito acima das querelas e das controvérsias” que marcam o quotidiano.

"Eusébio é, verdadeiramente, uma figura nacional", vincou Cavaco Silva, depois de se associar, "com profunda emoção", à decisão unânime da Assembleia da República de conceder honras de Panteão Nacional ao antigo internacional português.

A presidente da Assembleia da República (AR), por seu turno, lembrou Eusébio da Silva Ferreira – o primeiro desportista a quem foram concedidas honras de Panteão Nacional - como a “imagem de uma fraternidade universal”, acrescentado que esta é “a homenagem de um povo inteiro”.

Durante a sua intervenção na cerimónia de trasladação do antigo futebolista da seleção portuguesa para o Panteão Nacional, em Lisboa, Assunção Esteves afirmou que “num país à espera da justiça ele era a imagem de uma fraternidade universal que um dia há de valer entre todos e em todos os lugares”.

“As suas vitórias – ‘ajudar a equipa’ como ele dizia – eram a celebração de um amor coletivo e também amor de mundo que nos ajudava e desmontava a convencionalidade das fronteiras”, acrescentou a presidente da AR.

Na cerimónia falou também o antigo futebolista internacional português António Simões, a quem coube o elogio fúnebre, para quem o seu amigo e colega de equipa na seleção e no Benfica, "não morreu, só se ausentou fisicamente" e Portugal é que terá morrido "em parte".

"Eusébio não morreu, só se ausentou fisicamente. Com o seu afastamento, nós é que morremos em parte. No meu caso, uma grande parte. A eternidade rima com ele, rima com imortalidade. Enquanto a bola chora - toda a bola chora -, recordamos o seu sorriso generoso e o sorriso à bola, expressão da nossa tão querida portugalidade", afirmou.

Além dos discursos, ouviu-se ainda o hino nacional, entoado por Dulce Pontos, e as canções "Nunca me esqueci de ti" e "Mãe África", interpretadas por Rui Veloso.

Estiveram presentes na cerimónia, além do Presidente da República, Cavaco Silva, e da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, o ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Marques Guedes, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, o secretário-geral do PS, António Costa, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, os líderes parlamentares de todos os partidos e deputados de vários quadrantes políticos.

Também marcaram presença o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, além dos familiares de Eusébio da Silva Ferreira e antigos jogadores, assim como atuais dirigentes ‘encarnados’ e o treinador da equipa de futebol.

Antes das cerimónias junto ao Panteão Nacional, cerca de duas centenas de pessoas estiveram junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, para prestar uma última homenagem a Eusébio.

Ao longo do percurso alguns populares iam aplaudindo a passagem do cortejo, que passou também pelo parque Eduardo VII, onde o caixão passou do carro funerário para uma carruagem, que passou depois pela sede da Federação Portuguesa de Futebol e pela Assembleia da República.

Eusébio é a 12.ª personalidade portuguesa a ter honras de sepultamento no Panteão Nacional, onde figuram os restos mortais de importantes personalidades do país, entre outros os escritores Almeida Garrett, Aquilino Ribeiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, os políticos Manuel de Arriaga ou Sidónio Pais, ou a fadista Amália Rodrigues.

Também alcunhado de ‘King’ (Rei) ou ‘Pantera Negra’, Eusébio ganhou em 1965 a Bola de Ouro, que então distinguia o melhor futebolista europeu a jogar na Europa, e conquistou duas vezes a Bota de Ouro (1967/68 e 1972/73), prémio para o melhor marcador dos campeonatos nacionais europeus.

A trasladação de Eusébio para o Panteão Nacional foi aprovada por unanimidade, a 20 de fevereiro, no Parlamento.

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