As corridas automóveis de Vila Real são uma oportunidade de negócio para a hotelaria, restauração e empresas fornecedoras de serviços, mas há também quem tenha arrendado casas ou varandas ou criado perfumes e chocolates alusivos ao circuito.
“São uma oportunidade de negócio para a cidade e para a região. Basta ver a ocupação hoteleira, a restauração e todo o ‘circo’ que envolve o circuito, desde as gráficas que fazem os cartazes, os serviços de limpeza ou de segurança”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Vila Real.
Rui Santos é um dos principais impulsionadores das corridas de Vila Real, iniciativa que retomou em 2014, depois de um interregno, e que este ano se internacionalizam com uma ronda do Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCC).
O autarca afirmou que foi dada prioridade às empresas locais para o fornecimento de serviços ao circuito, para também ajudar a alavancar a economia.
De acordo com as estimativas já reveladas pelo presidente, o WTCC poderá proporcionar um retorno financeiro direto de 3,5 milhões de euros à cidade e indireto de 80 milhões à região.
Os motores aceleram na pista citadina a partir de sexta-feira e só vão parar no domingo.
Os empresários da restauração estão otimistas com o evento e já há alguns dias que se estão a preparar.
José Borges gere três estabelecimentos mesmo na principal zona do circuito e disse que, para os três dias, vai reforçar o pessoal bem como os stocks de bebidas e comida e que preparou um programa com DJ para animar os espaços à noite.
Outros comerciantes mais afastados tiveram que adotar outras estratégias. Joaquim Costa optou por distribuir flyers e preparou um “menu corridas” para atrair os espetadores ao seu restaurante.
Logo após o anúncio do WTCC, os hotéis, unidades de alojamento de turismo rural e pensões do concelho ficaram praticamente com a lotação praticamente esgotada pelas equipas participantes no circuito automóvel.
Ao mesmo tempo, os proprietários de Vila Real e até de concelho limítrofes colocaram na internet anúncios de quartos e apartamentos para arrendar.
Alguns negócios foram concretizados. No entanto, Jorge Pimenta afirmou à Lusa que se extrapolou “muitos nos preços praticados” e que, por causa disso, não arrendou nenhum dos 30 quartos que alguns proprietários colocaram na Prática Imobiliária.
Há também quem tenha feito negócio com as varandas com vista para a pista e, em jardins de algumas casas, estão a ser montadas bancadas improvisadas e postos de venda de bebidas.
Outros optaram por criar merchandising alusivo às corridas. A loja Réplik concebeu um perfume referente ao circuito de Vila Real e a Mimosear fez tabletes de chocolate de leite que envolveu com uma imagem do cartaz do evento.
O presidente da câmara, Rui Santos, classificou o WTCC como um “evento galáctico” que vai levar Vila Real ao mundo através das transmissões televisivas que poderão ser vistas por cerca de “50 milhões de telespetadores”.
Durante os três, são também esperadas cerca de 200 mil pessoas na cidade.
“Algumas dessas são pessoas com grande poder de decisão, quer no país quer fora, e temos, por isso, que chamar a sua atenção para as potencialidades de toda esta região”, sublinhou.
A realização do WTCC em Vila Real está garantida até 2017, o que acontece meses depois de a Câmara do Porto ter decidido suspender a realização do Circuito da Boavista em 2015.