O Boavista reagiu hoje contra o que diz serem "sucessivas tentativas de intoxicação da opinião pública ocorridas nos últimos dias", reafirmando que "cumpriu integralmente" o exigido para inscrever a sua equipa de futebol na Primeira Liga.
Num comunicado de 12 pontos, SAD 'axadrezada' refere que "tais tentativas apenas revelam desespero e desorientação, colocando de forma inaceitável em causa tudo e todos, com infundadas e infundamentadas suspeitas, designadamente sobre o executivo da Liga e a Comissão de Auditoria", realçando ser esta "independente".
O alvo desta reação é o Gil Vicente, confirmou a agência Lusa junto da SAD boavisteira, apesar de tal não ser assumido de forma explícita.
O presidente do Gil Vicente, António Fiúza, pediu na terça-feira a demissão da Comissão de Auditoria da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), dizendo que é necessário "limpar o lixo tóxico" das inscrições nas competições profissionais.
Um membro do departamento jurídico do clube de Barcelos, Pedro Macieirinha, afirmou terem sido encontradas "irregularidades" relativamente ao Boavista e exibiu a cópia de uma certidão das Finanças, passada ao Boavista, na qual se diz claramente que o clube não tem a sua situação contributiva regularizada.
"Não compreendemos como a Liga, perante uma certidão que, no seu texto, diz que a situação contributiva não está regularizada, aceita a candidatura sem qualquer tipo de interpelação às finanças. A dívida ascende a 18 milhões de euros. Diz também que a mesma entra no acordo estabelecido para pagamento faseado, mas, para isso, o Boavista teria que apresentar garantias de ter feito esse acordo de pagamento. Com efeito, o clube apresentou, mas o estado não a aceitou", disse.
A SAD 'axadrezada' mantém o que já tinha referido num comunicado datado de 03 deste mês. "Cumprimos integralmente tudo o que o Regulamento de Competições aplicável exige (designadamente o seu Artº 53º, nº 6)", destaca.
"Transcrevemos, para que fique claro, que tal artigo estatui ser necessário e bastante para os efeitos em causa a existência de um 'Acordo celebrado entre o clube, a administração fiscal e a segurança social, em vigor à data de 30 de abril em curso"", lê-se no comunicado.
O Boavista reafirma, assim, que "cumpriu integralmente tal requisito, como atestam as competentes e oficiais certidões apresentadas tempestivamente na Liga, ou seja, cumpriu tudo o que o Regulamento de Competições aprovado em Assembleia-Geral pelos clubes exige. Ponto final".
"É com total tranquilidade e sem preocupação que a Boavista SAD encara qualquer diligência de qualquer outro clube ou sociedade desportiva", afirma o clube do Bessa.
O Boavista repete que, na época passada, teve "um orçamento excecionalmente baixo para o futebol, seguramente o mais baixo da I Liga", para poder honrar o acordo celebrado com os credores públicos ao abrigo do Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial (SIREVE).