O Benfica parte para a I Liga de futebol como o favorito a ‘abater’, mas uma pré-temporada aquém das expetativas, a saída de Jorge Jesus e a derrota na Supertaça lançaram dúvidas sobre a conquista do tricampeonato.
Sem uma única vitória nos jogos de preparação efetuados, com um modelo de jogo que tarda em ficar definido e com a derrota na Supertaça frente ao Sporting, o treinador Rui Vitória, contratado ao Vitória de Guimarães, tem muito trabalho pela frente, principalmente conseguir fazer com que a sua equipa ‘esqueça’ os seis anos sob a ‘batuta’ do agora técnico dos ‘leões’.
Depois da pré-temporada, que decorreu na América do Norte, treinador e dirigentes ‘encarnados’ assumiram que a equipa tinha algumas lacunas e ‘atacaram’ o mercado, tendo assegurado desde logo o internacional grego Mitroglou, para fazer dupla na frente de ataque com o brasileiro Jonas, depois da saída de Lima.
Os dois jogadores deverão ter ainda a companhia do mexicano Jimenez, que está em Lisboa para assinar com os ‘encarnados’, ficando, em princípio, resolvido o problema do ataque, posição que conta ainda com mais dois avançados, o uruguaio Jonathan Rodriguez e o português Nelson Oliveira, que deverá voltar a ser emprestado.
Enquanto ainda está em equação uma mais que provável saída do médio argentino Nicolas Gaitán, os ‘encarnados’ tentam assegurar mais um lateral-esquerdo – o regresso de Fábio Coentrão é uma hipótese -, além de se encontrarem no mercado a tentar a contratação de pelo menos mais um extremo e de um médio centro.
Para atacar o campeonato, Rui Vitória parte com a baliza entregue a Júlio César, com uma boa pré-temporada, tendo ficado mais descansado quanto ao problema da lateral direita, depois da saída do uruguaio Maxi Pereira para o FC Porto.
A estreia promissora do jovem Nelson Semedo na Supertaça e o facto de poder contar com Sílvio, que também pode atuar na esquerda, e com o polivalente André Almeida permitiu a Rui Vitória ficar mais tranquilo.
Na esquerda, Sílvio pode ter conquistado o lugar a Eliseu, que ficou de fora da Supertaça, mas ainda é esperado mais um jogador para a posição, que poderá ser Fábio Coentrão.
O centro da defesa vai ser ocupado por Luisão, ausente na Supertaça devido a lesão, enquanto o outro central sairá da dupla Jardel/Lisandro Lopez, a que defrontou o Sporting na Supertaça.
No meio-campo, Samaris, Fejsa e Pizzi demonstraram estar preparados para o arranque da temporada, o mesmo não sucedendo com o brasileiro Talisca, com um jogo para esquecer na Supertaça, enquanto os recém-contratados marroquinos Taarabt e Carcela, principalmente o segundo, mostraram condições para lutar pela titularidade.
Com a dúvida Gaitán a persistir, será determinante a forma como o Benfica vai abordar o arranque da temporada, quando receber no domingo o Estoril-Praia, principalmente saber se atacará apenas com Jonas, ou se Mitroglou e, menos provável, Jimenez poderão se juntar ao brasileiro.
Numa altura em que o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, continua a pautar o seu discurso na contenção de despesas, as exibições menos conseguidas na pré-temporada obrigaram a um investimento maior do que o esperado, embora a balança continue favorável aos 'encarnados'.
Juntos, Jimenez, Carcela, Mitroglou e o extremo holandês Bilal Ould-Chikh totalizaram gastos na ordem dos 15 milhões de euros, mas a SAD 'encarnada' colmatou já esses gastos, com a venda de Cancelo e de Cavaleiro, cada um rendeu 15 milhões de euros, Lima (sete), Funes Mori (quatro), Sulejmani (três) e Benito (2,5), totalizando um pouco mais de 46 milhões de euros.