Na conferência de imprensa de antevisão da receção do FC Porto ao Vitória de Guimarães, na jornada inaugural da Liga NOS, Julen Lopetegui teve, curiosamente, um discurso marcado por uma enorme cautela. Assumindo o título nacional como objetivo principal, o treinador basco fez questão de lembrar que os azuis e brancos foram a «equipa que mais mudou» e que «saíram mais de metade dos titulares».
Olhando para os convocados de Lopetegui para a receção aos minhotos e arriscando uma provável equipa titular, a verdade é que o técnico dos dragões tem razão.
Se frente ao Vitória de Guimarães alinharem Casillas, Maxi Pereira, Marcano, Maicon, Alex Sandro, Danilo, Imbula, André André, Brahimi, Tello e Aboubakar, serão operadas cinco mudanças na equipa titular face à época anterior. Casillas no lugar de Fabiano, Maxi Pereira em vez de Danilo e, no meio-campo, Danilo, Imbula e André André no lugar de Casemiro, Oliver Torres e Herrera, que pode começar no banco de suplentes.
Mas não tem toda a razão e não alivia um centímetro da pressão mais do que clara sob os seus ombros em recuperar o título nacional para o Museu do Dragão.
Não tem toda a razão porque, ainda ontem, o Sporting saiu de Tondela vitorioso (1-2) com quatro mudanças no onze titular face à temporada transata. João Pereira, Naldo, Bryan Ruiz e Teo Gutierrez mereceram a confiança de Jorge Jesus.
Ora, o FC Porto pode começar hoje com cinco mudanças na equipa inicial. Ou nem isso, caso André André seja preterido por Herrera ou Imbula por Ruben Neves.
A grande desvantagem do FC Porto face aos seus rivais não foi abordada por Lopetegui e trata-se, a meu ver, de uma total mudança de protagonistas no meio-campo. Mas até pode nem ser um problema, uma vez que Danilo tem mais do que qualidade suficiente para render Casemiro e conhece o Campeonato Português, enquanto Imbula pode e deve render Oliver Torres ou Herrera, ainda mais após os 20 milhões de euros investidos na sua contratação. André André, Sérgio Oliveira, Evandro, Bueno e Ruben Neves são outras opções mais do que viáveis para o técnico basco neste setor.
Por isso, apesar de se compreender a estratégia de Lopetegui em tentar explicar que apesar de este ser o seu segundo ano no FC Porto muito mudou, esta nunca terá qualquer tipo de viabilidade. Os adeptos querem vencer e muitos deles já nem teriam o espanhol a comandar os destinos da equipa caso fosse feita a sua vontade.
Diz o ditado popular que 'cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém'. A realidade diz que Julen Lopetegui pode ter os cuidados que bem entender, mas, no final, só uma saída continuará a ser válida: ganhar pelo menos a Liga NOS.
Endereço Eletrónico: bmltspf@hotmail.com
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