O Benfica confirmou hoje que não pagou o último salário a Jorge Jesus e vai pedir uma indemnização de 7,5 milhões de euros, alegando que o treinador rescindiu unilateralmente o contrato que o ligava às ‘águias’.
“Seria estranho o Benfica pagar um mês em que um seu funcionário não apenas não trabalhou mas, pior, trabalhou para outra entidade. Mas não é apenas isto que está em causa, a verdade é que, perante um contrato válido, houve uma das partes que o denunciou de forma unilateral e sem justa causa, portanto o Benfica vai agir na defesa dos seus interesses pela via que dispõe, que é a via judicial”, afirmou o diretor de comunicação do Benfica ao jornal Expresso.
Foi assim que João Gabriel justificou o não pagamento do último salário ao ex-técnico do Benfica, agora treinador do Sporting, classificando a atitude do treinador de “chico-espertismo” e acusando-o de ser um “deslumbrado que acha que o mundo gira todo à volta dele, que entende que é melhor do que [José] Mourinho, mas nunca conseguiu nada de relevante na Champions”.
Para sustentar a sua ‘tese’, João Gabriel relembra o anúncio do presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, feito a 5 de junho, que confirmava Jesus como novo treinador dos ‘leões’, sendo que o contrato com o Benfica apenas terminava no final do mesmo mês e questiona a inexistência de um contrato com o clube rival nessa data.
O diretor de comunicação do Benfica disse ainda que, durante esse mesmo mês, em que oficialmente ainda seria funcionário do clube, Jorge Jesus passou oito horas a trabalhar na academia do Sporting, em Alcochete, ainda que no contrato assinado com o clube de Alvalade a data oficial do início do seja 01 de julho.
“Um contrato não deve ser encarado de forma leviana e com o chico-espertismo de quem acha que tudo lhe é permitido. Sendo pública a rutura contratual por parte de um dos seus funcionários, não poderia o Benfica deixar de agir na defesa dos seus direitos. Ninguém compreenderia que assim não fosse”, disse.
João Gabriel considera por isso “normal” que o Benfica recorra aos tribunais quando há divergências deste sentido e que nesse sentido o clube tudo fará para defender os seus interesses, pois considera que além dos factos a ação do clube encarnado se baseia em “provas abundantes”.
Treinador do Benfica nos últimos seis anos, Jorge Jesus deixou o clube como bicampeão nacional e rumou ao grande rival lisboeta, ao serviço do qual já ganhou a Supertaça, precisamente em confronto com os ‘encarnados’ (1-0).