O suíço Joseph Blatter, presidente demissionário da FIFA, defendeu hoje que a limitação de mandatos do presidente é “apenas o primeiro passo” no sentido de reformar o organismo que rege o futebol mundial.
Blatter citou o político e filósofo italiano Nicolau Maquiavel para advertir os responsáveis pelo processo de reforma da FIFA, observando que “o novo legislador terá como inimigos todos os que eram beneficiados pelas leis antigas”.
O dirigente suíço reagiu na sua crónica semanal na revista do organismo às declarações do presidente da Comissão Independente de Auditoria e Conformidade da FIFA, Domenico Scala, para quem a limitação de três mandatos para a presidência é “o ponto mais importante” do processo de reforma.
Para Blatter, que pouco tempo antes de se demitir tinha sido eleito, aos 79 anos, para o quinto mandato consecutivo, “as palavras do político e filósofo italiano Nicolau Maquiavel vão aplicam-se com propriedade à FIFA nos próximos meses”.
Além de ter defendido que a limitação do cúmulo de mandatos é o ponto mais importante da reforma da FIFA, Scala revelou que disse a Blatter, no momento da sua reeleição, que “não devia ter-se candidatado a um quinto mandato”.
O Comité de Reforma da FIFA foi constituído na sequência do escândalo de corrupção que abalou o organismo, do qual resultou a detenção de sete dos seus membros e a demissão do seu presidente, pouco tempo após ter sido reeleito para um quinto mandato consecutivo.