O piloto francês Sebastien Ogier (Volkswagen) sagrou-se tricampeão do mundo de ralis, consolidando o que pode vir a se tornar um novo e longo 'reinado' na categoria.
Após os nove títulos consecutivos de Sebastien Loeb (Citroen) - 2004 a 2012 -, Ogier, de 31 anos, tem sido a grande figura do WRC após a saída do seu compatriota e, ao volante de um Volkswagen, está a 'escrever' a sua própria série de títulos.
Em 2013, com Loeb apenas a participar em quatro provas , Ogier conquistou o seu primeiro título mundial, vencendo nove dos 13 ralis do calendário.
Em 2014, com o Volkswagen, mais uma vez, a provar ser o melhor carro do 'pelotão', o francês 'apenas' teve de enfrentar forte oposição do seu companheiro de equipa, o finlandês Jari-Matti Latvala.
Se em 2014 o francês teve relativa concorrência de Latvala, que venceu quatro provas, em 2015 o finlandês esteve uns furos abaixo da prestação de 2014, contribuindo para um domínio total de Ogier.
Na presente temporada, o segundo piloto da Volkswagen apenas venceu em Portugal e na Finlândia, com Ogier a dominar as restantes provas do calendário, à exceção do Rali da Argentina, naquele que até agora foi a única vitoria 'não Volkswagen', ganho pelo britânico Kris Meeke (Citroen).
Aos 30 anos, e já com três títulos consecutivos no currículo, resta saber até quando a hegemonia do francês, e da Volkswagen (que esta temporada só não venceu o Rali da Argentina), pode continuar e se reúne de facto condições para ameaçar o ainda distante recorde de Loeb.
Descrito como metódico, focado nos objetivos e com uma precisão 'clínica' na abordagem das classificativas especiais, Ogier começou nas provas de captação de jovens pilotos franceses do Rallye Jeunes (organizado pela federação do automóvel francesa), ganhando depois um volante numa das séries monomarca em França.
Ogier (Gap, Alpes franceses, 17 de dezembro de 1983) fez caminho com as cores da FFSA (a Federação Francesa do Desporto Automóvel) e ascendeu à 'primeira divisão' do WRC pela mão da marca francesa Citroen.
Depois de uma temporada em 2010 na equipa júnior (com a qual venceu pela primeira vez um WRC, em Portugal), Ogier ganhou um volante na equipa oficial em 2011, correndo ao lado de Loeb.
A convivência com Loeb não deixaria grande amizade, com Ogier a acusar a equipa de não o deixar ganhar. Ainda assim, em 2011, ganhou em Portugal (pela segunda vez), na Jordânia, na Grécia, na Alemanha e em França, antes de abandonar a marca para desenvolver o carro que mais tarde lhe daria os dois títulos.
O ano de 2012 foi um 'deserto' de triunfos, ao volante de um Skoda 2000, principalmente a preparar a época seguinte e o Volkswagen Polo R WRC. Mas, em 2013, Ogier dominou completamente o campeonato (com Loeb em 'part-time') e este ano, a três provas do fim, conta já com sete vitórias.
Aos 31 anos, Ogier (29 vitórias) é, desde já, considerado o segundo grande nome francês da categoria, depois de Loeb (78 vitórias) e já à frente de Didier Auriol (20).
O êxito de Ogier não pode ser contado sem falar no co-piloto que o acompanha desde há nove anos: Julien Ingrassia, também francês e quatro anos mais velho.
Juntos, Ogier e Ingrassia ganharam os ralis de Portugal (2010, 2011, 2013, 2014), do Japão (2010), da Jordânia (2011), da Acrópole (Grécia, 2011), da Alemanha (2011 e 2015), de França (2011, 2013), da Suécia (2013 e 2015), do México (2013, 2014 e 2015), da Sardenha (2013, 2014 e 2015), da Finlândia (2013), da Austrália (2013, 2014 e 2015), da Catalunha (Espanha, 2013 e 2014), da Polónia (2014 e 2015) e de Monte Carlo (2014 e 2015).