O governo suíço aprovou hoje a sua primeira extradição para os Estados Unidos no âmbito do caso de alegada corrupção na FIFA, com a decisão de que o uruguaio Eugenio Figueredo deverá ser julgado num tribunal daquele país.
“O departamento federal de justiça aprovou a extradição de Eugenio Figueredo para os Estados Unidos. O cidadão uruguaio terá 30 dias para apresentar recurso [e a obrigatoriedade de comunicar nos próximos cinco a intenção de o fazer]”, indicou em comunicado o ministério da justiça da Suíça.
A procuradoria de Nova Iorque acusa o dirigente uruguaio, ex—vice-presidente da FIFA, de ter aceitado subornos de vários milhões de dólares de uma empresa de comercialização desportiva no Uruguai, no que diz respeito aos direitos para a Taça América em 2015, 2016, 2019 e 2023.
De acordo com a justiça norte-americana este caso falseou o mercado de direitos relacionados com os meios de comunicação e outras empresas concorrentes saíram prejudicadas, impedidas de negociarem contratos mais favoráveis.
Figueredo encontra-se detido na Suíça desde 27 de maio, data em que autoridades helvéticas procederam à detenção de sete dirigentes do organismo máximo do futebol mundial, sob a acusação de corrupção.
As detenções foram fruto da colaboração entre as instâncias judiciais suíças e a procuradoria de Nova Iorque, que os acusa de terem aceitado subornos e comissões desde os anos 90, a troca de favores.
Nesse mesmo dia, o ministério público suíço abriu uma investigação a alegados atos de corrupção nas eleições das sedes para os Mundiais de 2018 (na Rússia) e 2022 (no Qatar).
Entre os sete detidos, seis, entre os quais Figueredo, permanecem em Zurique, à espera de extradição, e outro, Jeff Webb, já foi entregue às autoridades norte-americanas.
A FIFA foi abalada por este escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de Joseph Blatter para a presidência do organismo, no processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou a acusações a 14 pessoas, nove das quais dirigentes da FIFA e quatro empresários, ligados à área do 'marketing' desportivo.
O príncipe jordano Ali bin Al Hussein, antigo vice-presidente da FIFA, o francês Michel Platini, presidente da UEFA, o sul-coreano Chung Mong-Joon, também antigo vice-presidente da FIFA, e o ex-futebolista brasileiro Zico já anunciaram que são candidatos à liderança da FIFA.