O secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke, negou hoje as alegações que levaram à suspensão das suas funções, considerando-as “fabricadas e ultrajantes”, revelou hoje o seu advogado, dos Estados Unidos, em comunicado.
“Jérôme Valcke inequivocamente nega as fabricadas e ultrajantes acusações de Benny Alon de alegadas irregularidades ligadas à venda de bilhetes do Campeonato do Mundo2014”, disse o causídico Barry Berke, do gabinete de advogados Kramer Levin, de Nova Iorque.
A FIFA anunciou hoje a suspensão imediata do seu secretário-geral, alegando suspeita de conduta imprópria, colocando-o ainda sob investigação.
“A FIFA tomou conhecimento de uma série de denúncias envolvendo o secretário-geral e solicitou uma investigação oficial ao Comité de Ética da FIFA”, explicou o organismo.
Valcke, de 54 anos, foi acusado de receber suborno de Benny Alon (JB Sports Marketing) em relação a um acordo da FIFA para revender bilhetes do Mundial do Brasil, mas, segundo o seu advogado, “nunca recebeu ou concordou em aceitar qualquer dinheiro ou qualquer outra coisa de valor do senhor Alon”.
“Como foi relatado, a FIFA entrou em acordo com a empresa do senhor Alon, a JB Sports Marketing. Esse acordo e negócios subsequentes da FIFA com o senhor Alon foram analisados e aprovados pela FIFA e seus assessores jurídicos”, defende-se, em comunicado.
O gaulês, que desde 2007 tem sido o braço direito do presidente Joseph Blatter, é suspeito de ter recebido comissão de revenda de bilhetes no mercado negro de milhares de ingressos.
A FIFA está envolvida em grande escândalo de corrupção desde que foram presos sete dos seus dirigentes a 27 de maio, nas vésperas do congresso em Zurique para eleger um novo presidente.
Estes dirigentes estão entre os 14 acusados pelas autoridades dos Estados Unidos por atos de corrupção ligados a televisão e marketing e que ascendem a cerca de 150 milhões de euros.
Apesar das detenções, Blatter foi eleito para um quinto mandado – acabou sozinho na corrida – mas posteriormente acabou por renunciar e marcar novas eleições para fevereiro.
Jérôme Valcke não foi implicado no escândalo de corrupção da FIFA, mas sempre foi defensor e muito próximo de Blatter.