A Federação Internacional de Futebolistas Profissionais (FIFPro) apresentou hoje uma queixa na Comissão Europeia contra a FIFA, por considerar que o regulamento de transferências instituído pelo organismo que rege o futebol mundial é “anticoncorrencial, injustificado e ilegal”.
O organismo sindical dos jogadores defendeu em Bruxelas que o atual sistema de transferências “impede os clubes de concorrer de forma equitativa”, mas o secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino, já disse preferir que seja “encontrada uma solução fora dos tribunais”.
Para a FIFPro, o sistema de transferências em vigor “restringe consideravelmente a liberdade de ação dos clubes e de circulação dos jogadores (...) prejudicando o interesse dos jogadores e dos pequenos e médios clubes profissionais”.
“O regulamento de transferências cria uma barreira enorme aos clubes que não estão entre os melhores e que, por isso, não podem competir em pé de igualdade com os grandes clubes”, denunciou o diretor da divisão europeia da FIFPro, Jonas Baer-Hoffman, em conferência de imprensa.
O organismo representativo dos futebolistas entregou a queixa à comissária europeia para a Concorrência, a dinamarquesa Margrethe Vestager, cujo gabinete já confirmou ter recebido a queixa e manifestou disponibilidade para “a analisar”.
Baer-Hoffman assinalou que os jogadores não gozam dos mesmos direitos dos clubes em matéria de rescisão unilateral de contratos, o que, segundo o responsável da FIFPro, significa que os profissionais de futebol estão a ser discriminados relativamente a profissionais de outras áreas.
Infantino lembrou que a questão das transferências “cai dentro da jurisdição da FIFA” e que “a UEFA não tem qualquer responsabilidade nessa matéria”, mas defendeu que a queixa da FIFPro pode “fomentar o diálogo sobre o problema e conduzir a uma solução”.