O presidente da Federação Alemã de Futebol disse que a investigação à FIFA, que envolve o presidente da UEFA, o francês Michel Platini, “deixa em aberto uma série de questões” para as quais é preciso “encontrar rapidamente respostas”.
“A investigação deixa em aberto uma série de questões e é preciso, desde logo no interesse do próprio Platini, encontrar respostas o mais rapidamente possível”, defendeu Wolfgang Niersbach, em entrevista publicada hoje no diário alemão Frankfurter Rundschau.
O presidente da federação alemã, que já manifestou a intenção de apoiar Platini nas eleições para a presidência da FIFA de fevereiro de 2016, defendeu a presunção de inocência do líder da UEFA, mas lembrou que é preciso esperar pelo resultado dos inquéritos das autoridades suíças e da Comissão de Ética da FIFA.
Platini, suspeito de ter recebido da FIFA um “pagamento ilegal” no valor de dois milhões de francos suíços (perto de 1,8 milhões de euros), indicou na segunda-feira que a verba foi “totalmente declarada às autoridades e está conforme à lei suíça”.
O francês defendeu a inocência em carta enviada às 54 federações nacionais integrantes da UEFA e acrescentou que pediu à Comissão de Ética da FIFA para ser ouvido “para fornecer todas as informações suplementares que poderão ser necessárias para esclarecer a questão, caso seja necessário”.
Na sexta-feira, a justiça suíça referia “um pagamento suspeito (...) a favor de Michel Platini e em prejuízo da FIFA, alegadamente por trabalhos efetuados entre janeiro de 1999 e junho de 2002", o qual teria sido “efetivado em fevereiro de 2011”.
“No período 1998 a 2002 fui contratado pela FIFA para trabalhar sobre um largo conjunto de questões relacionadas com o futebol. Tratou-se de um trabalho a tempo total e as minhas funções eram conhecidas de todos”, explicou na missiva o antigo futebolista internacional francês.
O líder da UEFA recordou que foi interrogado na sexta-feira “não como pessoa acusada do quer que seja, mas simplesmente como pessoa chamada a prestar informações”, no mesmo dia em que o Ministério Público helvético instaurou um processo criminal contra o suíço Joseph Blatter, presidente da FIFA.
A Procuradoria suíça esclareceu que “Blatter foi interrogado na qualidade de arguido” e que instaurou um processo criminal contra o presidente demissionário da FIFA, abalada por escândalo de corrupção, “por suspeita de gestão danosa, desvio de fundos e abuso de confiança”.