O ex-futebolista argentino Diego Maradona disse hoje que “faltou prender mais gente na FIFA”, abalada por um escândalo de corrupção e investigada pelas autoridades suíças e norte-americanas, qualificando de “corrupto” o seu presidente, Joseph Blatter.
“Faltou prender mais gente na FIFA. Continuo a apoiar o projeto de Ali bin Al Hussein para tornar a FIFA mais transparente”, disse Maradona ao diário desportivo argentino Olé, em referência ao apoio à candidatura do príncipe jordano à presidência do organismo regulador do futebol mundial.
O antigo jogador, considerado um dos melhores da história do futebol, também criticou o presidente da UEFA, o francês Michel Platini, que foi implicado na sexta-feira na investigação à FIFA e que Maradona diz ser “um aprendiz de Blatter”.
“Sempre disse que um homem que está ao lado de um corrupto como Blatter não poder fazer-se de inocente. Platini, tenhamos memória, disse que iria separar-se da FIFA por uma questão de estratégia e que daria os seus votos ao príncipe Ali. É um mentiroso”, acusou.
O Ministério Público suíço instaurou na sexta-feira um processo criminal a Blatter e implicou Platini no escândalo de corrupção que está a abalar o organismo que tutela o futebol mundial.
A Procuradoria helvética esclareceu que “Blatter foi interrogado na qualidade de arguido” e que instaurou um processo criminal contra o presidente demissionário da FIFA “por suspeita de gestão danosa, desvio de fundos e abuso de confiança”.
Neste processo foi também envolvido Platini, candidato à sucessão de Blatter nas eleições de fevereiro, que foi ouvido na qualidade de testemunha por, alegadamente, ter recebido do suíço um “pagamento ilegal” de dois milhões de francos suíços (cerca de 1,8 milhões de euros).
O Procurador-geral suíço indicou que o pagamento foi efetuado em fevereiro de 2011, “em prejuízo da FIFA”, por “trabalho alegadamente desempenhado entre janeiro de 1999 e junho de 2002”, mas o líder da UEFA disse na segunda-feira que a verba foi “totalmente declarada às autoridades e está conforme à lei suíça”.
A FIFA foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de Blatter, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou a acusações a 14 dirigentes e ex-dirigentes.
No início de junho, Blatter, de 79 anos, apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, marcadas para 26 de fevereiro.
Além de Platini, são também candidatos à presidência da FIFA o príncipe jordano Ali bin Al Hussein, antigo vice-presidente da FIFA, o sul-coreano Chung Mong-Joon, também antigo vice-presidente da FIFA, e o ex-futebolista brasileiro Zico.