O camaronês Issa Hayatou, hoje designado presidente interino da FIFA, foi advertido em 2011 pela Comissão Executiva do Comité Olímpico Internacional (COI), por ter recebido diretamente dinheiro da ISL, a agência de marketing da FIFA.
Em dezembro de 2011, seguindo uma recomendação da sua comissão de ética, a comissão executiva do COI advertiu Hayatou por este “ter recebido dinheiro”, da ISL, uma empresa que até 2001 geria a venda dos direitos audiovisuais das competições FIFA.
As alegadas irregularidades na ISL foram investigadas pelas autoridades suíças, mas o caso acabou por ser encerrado em 2008, sem que ninguém fosse condenado.
A FIFA viu-se obrigada a fazer uma investigação interna sobre o assunto, depois de a cadeia televisiva BBC divulgar documentos confidenciais com uma lista de 175 pagamentos, no valor total de 76 milhões de euros, a três membros do Comité Executivo da FIFA: Hayatou, ao paraguaio Nicolás Léoz, e ao brasileiro Ricardo Teixeira.
Em 2001, o COI tomou a decisão de advertir Hayatou, sem o punir, alegando que este não tinha funções em qualquer estrutura do organismo que gere o movimento olímpico.
No entanto, o COI referiu que, “como representante da FIFA, Issa Hayatou deveria ter seguido os princípios do movimento olímpico”.
O camaronês Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), foi hoje designado presidente interino da FIFA, depois da suspensão de 90 dias aplicada a Joseph Blatter.
Hayatou, que em 2002 foi o único opositor de Joseph Blatter nas eleições para a presidência da FIFA, foi agora designado para substituir o suíço por ser mais antigo vice-presidente do Comité Executivo.
Issa Hayatou, de 69 anos, tem um passado como jogador de futebol e basquetebol, e antes de ingressar na CAF e na FIFA foi secretário-geral, vice-presidente e presidente da Federação de Futebol dos Camarões.
Além de Joseph Blatter, o comité executivo da FIFA suspendeu provisoriamente por 90 dias o presidente da UEFA, Michel Platini, e o secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke.
O comité executivo suspendeu por seis anos o sul-coreano Chung Mong-Joon que, tal como Michel Platini, já tinha assumido a candidatura à sucessão de Blatter na presidência do organismo.