O francês Jérôme Champagne, antigo secretário-geral adjunto da FIFA, é o quarto candidato à presidência do organismo que tutela o futebol mundial e entregou as cinco cartas de apoio necessárias, anunciou hoje à AFP.
Com a FIFA mergulhada num escândalo de corrupção desde maio, Champagne é o quarto candidato às eleições de 26 de fevereiro, que irão determinar o sucessor do suíço Joseph Blatter, que de demitiu pouco depois de, em maio, ter sido reeleito para um quinto mandato.
Jérôme Champagne, que trabalhou na FIFA entre 1999 e 2010, considerou, em entrevista à AFP, que o facto de ter integrado o organismo é uma vantagem.
“Para a realização de reformas é preciso alguém que conheça a instituição por dentro, como é o meu caso” disse, considerando que a FIFA precisa de grandes mudanças.
“A reforma por si só não é suficiente, por isso não vou propor reformas, mas sim compromissos”, disse, enumerando as suas prioridades: “adaptar a FIFA às realidades atuais, com elevados padrões de transparência e ética, e modernizar a administração e investir no futebol feminino”.
Jérôme Champagne, de 57 anos, colaborou como jornalista freelancer com a revista France Football, e trabalhou na comissão organizadora do Mundial de 1998, realizado em França, antes de entrar na FIFA.
No organismo que gere o futebol mundial foi assessor do presidente Joseph Blatter, secretário-geral adjunto, vice-presidente e diretor de relações internacionais.
O presidente da UEFA, Michel Platini, foi dos primeiros e entrar na corrida à sucessão de Blatter, mas a suspensão, por 90 dias imposta pelo Comité de Ética da FIFA, pode complicar a sua candidatura.
Os outros candidatos à presidência da FIFA são o príncipe jordano Ali bin Al Hussein, que se apresentou a votos no último ato eleitoral, mas acabou por abandonar a corrida depois de perder na primeira volta para Blatter, e o antigo futebolista e capitão de Trindade e Tobago David Nakhid.
Além de Michel Platini, o Comité de Ética suspendeu provisoriamente, também por 90 dias e por alegada implicação em atos de corrupção, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, e o secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke.
Também suspenso, mas por um período de seis anos, foi o sul-coreano Chung Mong-Joon, antigo vice-presidente da FIFA, que também tinha manifestado intenção de se candidatar à presidência.
A FIFA foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de Blatter, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou a acusações a 14 dirigentes e ex-dirigentes.
No início de junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, marcadas para 26 de fevereiro e para as quais as candidaturas devem ser formalizadas até 26 d3 outubro.