Crónica: FC Porto impôs-se ao Setúbal, com golos na segunda parte

Os portistas mantêm-se, assim, no encalço do líder, Sporting, somando agora 21 pontos, e chegaram aos 15 jogos sem sofrer golos em casa para o campeonato.

Acresce que a equipa ‘azul e branca’ alcançou também os 19 jogos consecutivos sem perder em todas as competições – ainda não perdeu em 2015/16.

Neste encontro com o Setúbal, os portistas ficaram a dever à sua inépcia finalizadora o facto de não terem construído um resultado bem mais confortável, porque tiveram oportunidades de golo suficientes para isso e desperdiçaram-nas de forma inglória.

O FC Porto começou devagar e terminou primeira parte em alta velocidade e muito pressionante, conquistando cantos e situações de perigo e de golo, mas, por inépcia e por mérito do guarda-redes Lukas Raeder, foi para o intervalo em ‘branco’.

No dia em que Brahimi voltou à equipa, após lesão, os portistas permitiram ao Setúbal jogar à vontade durante cerca de meia hora e manter equilibrada a sua organização.

O Setúbal abanou sempre que o FC Porto acelerou e Danilo (13 minutos), de cabeça, e Tello (21) remataram sobre a baliza de Raeder, que até foi mais um espetador.

Com alguns adeptos descontentes e impacientes face ao rumo dos acontecimentos, o FC Porto começou então a jogar com mais velocidade e o seu futebol tornou-se menos mastigado e mais dinâmico, o que fez mossa na estrutura defensiva do conjunto visitante.

Depois de um período tranquilo, Raeder começou a dar nas vistas e deveu-se a ele também o ‘nulo’ que se verificava ao intervalo, porque o guarda-redes alemão efetuou algumas intervenções decisivas, nomeadamente aos 30, 38 e 45+2 minutos

No reatamento, já com André André no lugar do aparentemente fatigado e ‘amarelado’ Rúben Neves, o FC Porto manteve e toada ofensiva e a intensidade que utilizou na reta final do primeiro tempo, procurando chegar ao golo.

O Setúbal resistiu a essa pressão e foi mantendo a sua baliza fechada, mas, aos 70 minutos, Aboubakar acabou com a sua desinspiração finalizadora e, bem servido por Layún, marcou de cabeça e reencontrou-se com o golo que lhe fugia há algum tempo e que lhe fugiu várias vezes nesta partida.

A resistência setubalense terminou aí, apesar de alguns ataques esporádicos, que a defesa portista neutralizou sem grande esforço.

Lopetegui decidiu entretanto que o melhor era jogar pelo seguro e reforçar o seu meio-campo e por isso substitui Brahimi, que regressou após lesão e esteve distante do brilho de outros dias, pelo médio Imbula.

O Setúbal decidiu também arriscar e atacar com mais frequência, mas nunca mostrou ser capaz de incomodar verdadeiramente a defesa portista e muito menos Casillas, que saiu do Dragão sem sofrer golos.

O mexicano Layún acabou com as dúvidas sobre o resultado final e obteve 2-0 com um remate colocado, um prémio merecido porque ele, que hoje foi o melhor jogador portista, demonstrando cada vez mais que o FC Porto encontrou uma alternativa credível a Alex Sandro.

O FC Porto conformou, assim, o seu favoritismo ante um Setúbal que fez a sua parte dificultando quanto pôde a vida ao seu opositor, mas acabou por perder, confirmando uma tendência antiga, uma vez que, na última década, o melhor que a equipa conseguiu nas suas visitas aos dragões foi um empate a zero em 29 de outubro de 2005.