A Agência Mundial Antidopagem (AMA) suspendeu hoje, com efeito imediato, o laboratório de Moscovo, cujo diretor é acusado da destruição de 1.417 amostras consideradas suspeitas de práticas dopantes.
Desta forma, a AMA dá seguimento à recomendação da sua Comissão Independente (CI), que denunciou na segunda-feira práticas reiteradas de doping no atletismo russo.
Com esta suspensão, o laboratório moscovita fica proibido de toda atividade relacionada com controlos antidoping da AMA, incluindo análises de sangue e urina.
O laboratório tem, porém, 21 dias, para apresentar recurso desta decisão ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS).
O documento elaborado pela CI da AMA acusa também os serviços secretos russos de intimidação dos responsáveis pela análise de amostras recolhidas nos Jogos Olímpicos de inverno de Sochi (2014) e recomenda, igualmente, a suspensão para a vida de cinco atletas e cinco treinadores.
Entre os atletas que a comissão quer ver afastados do atletismo está Mariya Savinova, campeã olímpica dos 800 metros nos Jogos de Londres2012, e Ekaterina Poistogova, bronze na mesma categoria.
A agência mundial criou uma comissão de três elementos, chefiada por Dick Pound, justamente com o objetivo de investigar os casos de doping, trazidos a público por uma estação televisiva alemã em dezembro de 2014.
De acordo com os responsáveis da Comissão, é muito claro que os casos de doping no atletismo russo “não poderiam ter acontecido” sem o conhecimento e consentimento do governo russo.
A AMA quer agora que a Rússia seja impedida de estar nas provas de atletismo dos Jogos do Rio2016, considerando que os resultados de Londres2012 foram “sabotados” pela presença de atletas dopados.
O presidente da IAAF, o britânico Sebastian Coe, vai propor ao conselho diretivo que considere a recomendação da AMA para sancionar a federação russa, numa penalização que poderá levar à suspensão total e retirada dos atletas russos de futuras competições da IAAF.