O vice-presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB) Rainer Koch disse que é tempo de o ex-futebolista Franz Beckenbauer, presidente do comité organizador do Mundial2006, falar sobre as alegadas irregularidades na atribuição do torneio.
“Vamos fazer tudo no sentido de obter uma resposta para a seguinte questão: o que se passou no processo de atribuição [à Alemanha] do Mundial2006”, disse Koch, que assumiu conjuntamente com Reinhard Rauball a liderança da DFB, na sequência da demissão do presidente, Wolfgang Niersbach, na segunda-feira.
O ministro alemão do Interior e do Desporto, Thomas de Maizière, disse esperar “uma contribuição de todos os que possam contribuir para o esclarecimento” da questão, que é “do interesse do futebol e do desporto alemão”.
Niersbach demitiu-se na segunda-feira, após uma reunião da cúpula da federação alemã, devido ao escândalo motivado por uma série de irregularidades relacionadas com a atribuição e organização do Mundial2006.
O escândalo surgiu em outubro, na sequência de denúncia da revista Der Spiegel sobre presumíveis subornos para a Alemanha conquistar a organização do Mundial de 2006, mas decisivas foram as notícias posteriores sobre evasão fiscal.
A revista revelou que que o comité de candidatura alemão, em que tinha então assento Wolfgang Niersbach, criou um ‘saco azul’ que usou para comprar votos visando ganhar a organização da prova realizada há nove anos.
Beckenbauer, que presidiu ao comité organizador do Mundial2006, negou a compra de votos para que a prova fosse atribuída à Alemanha, apesar de a DFB ter reconhecido que efetuou um pagamento de 6,7 milhões de euros à FIFA, mas que não estaria relacionado com o torneio.
Na votação, que decorreu no ano de 2000, a Alemanha ganhou o direito de organizar o Campeonato do Mundo por uma vantagem de um voto, tendo conquistado 12, contra os 11 da África do Sul, após a abstenção do neozelandês Charles Dempsey.