Joseph Blatter, presidente suspenso e demissionário da Federação Internacional de Futebol (FIFA), recebeu hoje alta hospitalar, depois de ter estado seis dias internado devido a um quadro de stress, revelou o porta-voz do dirigente suíço.
“Ele [Blatter] teve que estar uns dias no hospital, mas já saiu e está na sua casa em Valais. Vai ficar a descansar até ao início da próxima semana”, disse Klaus Stoelhker, em declarações divulgadas pela AFP.
Desde o dia 06 de novembro que o dirigente suíço, de 79 anos, estava internado num hospital de Zurique devido a problemas relacionados com stress.
“Está preparado para continuar a lutar contra o castigo de 90 dias de suspensão de que foi alvo e quer demonstrar que o Comité de Ética não o pode expulsar à força”, acrescentou o porta-voz de Blatter.
Além do suíço, também o secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke, e o presidente da UEFA, o francês Michel Platini, foram suspensos provisoriamente por 90 dias pelo Comité de Ética da FIFA a 08 de outubro, por implicação no escândalo de corrupção que atingiu a instituição.
Na base das suspensões decididas pelo Comité de Ética estão os inquéritos que decorrem no próprio órgão da FIFA, ainda que vários outros responsáveis do organismo mundial estejam também a ser investigados pelas autoridades suíças e norte-americanas.
A 25 de setembro, o Ministério Público suíço instaurou um processo criminal a Blatter, que foi interrogado na qualidade de arguido, por suspeita de gestão danosa, apropriação indevida de fundos e abuso de confiança.
Platini foi ouvido na qualidade de testemunha e acabou por ser implicado no processo, por ter recebido de Blatter um pagamento ilegal, feito “em prejuízo da FIFA”, no valor de dois milhões de francos suíços (perto de 1,8 milhões de euros).
A FIFA foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de Blatter, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.
No início de junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, que foram marcadas para 26 de fevereiro de 2016.