A campeã olímpica Rosa Mora e o ex-futebolista Fernando Gomes protagonizam a peça ‘Ícones do Desporto’ que estreia hoje, um espetáculo que usa a "fantasia do palco" para "documentar dois dos maiores símbolos do desporto nacional".
No Rivoli, no Porto, Rosa Mota entrará em palco com o fato de treino que usou em 1982 em Atenas (Grécia) quando foi campeã da Europa e sairá de cena a envergar o equipamento de 1988, ano em que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Seul (Coreia do Sul).
Já Fernando Gomes reparte o palco com três atores que vestem ‘azul e branco’ dos pés à cabeça e tem como cenário galhardetes e as cores do FC Porto.
Ambos garantem que, por não serem atores, nunca imaginaram subir a um palco para representar apesar de estarem habituados aos holofotes dos estádios ou das pistas e às palmas do público.
"[A conquista das medalhas] ainda está na memória de muitos, sobretudo dos da minha geração, mas isto serve também para recordar e para que os mais jovens conheçam e vibrem com aquele momento", disse Rosa Mota aos jornalistas esta tarde, no ensaio que antecedeu a peça.
É com "ansiedade" que o Bibota D'Ouro pelo FC do Porto (1983 e 1985) aguarda pela estreia da peça. Fernando Gomes - que ao longo da peça é descrito como o jogador que "chuta bem com os dois pés" ou "com domínio de bola perfeito", "um predador nato" que nunca viu um cartão vermelho e sabe fazer a chamada dupla desmarcação - preferiu destacar ser "apenas um dos rostos das equipas douradas" dos ‘dragões’.
‘Ícones do Desporto’ divide-se em duas partes: ‘O Nome da Rosa’, uma referência "óbvia" ao romance de Umberto Eco que foi adaptado ao cinema, encenada por Pedro Penim, e ‘Bibota Douro’, de Miguel Loureiro, que confessou ter recorrido ao arquivo do Museu do FC Porto para elaborar o texto.
A interação dos protagonistas com o público acaba por ser o dominador comum entre as duas partes do espetáculo. Se a Rosa Mota caberá correr entre a plateia de bandeira portuguesa em riste, a Fernando Gomes é pedido que remate cinco bolas para a plateia.
"Esperamos que outros programadores gostem e até venham a querer o espetáculo", referiu Pedro Penim, depois de admitir a "dificuldade" de fazer uma peça sobre "uma figura [Rosa Mota] que reúne o consenso nacional por ser incrível".
Já Miguel Loureiro falou em "grande desafio" e descreveu o texto como "uma biografia livre", "um mapa sobre o desportista fantástico [Fernando Gomes] mas com o encanto e o glamour do palco".
Esta que é a primeira produção própria do Teatro Municipal do Porto vai estar em cena hoje à noite e no domingo pelas 21:30.