António Gaspar Dias congratulou-se na segunda-feira por "as contas continuarem claras no Penafiel", clube que presidiu até assumir já esta época funções na Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), e apelou ao envolvimento dos sócios nestes "dias difíceis".
Falando à margem da Assembleia-Geral (AG) Ordinária do Penafiel, o atual diretor-executivo para as competições da LPFP disse ter ficado "feliz" por "a direção continuar a ser clara nas contas", considerando "importante" o envolvimento da massa crítica penafidelense na "construção positiva" do projeto do clube.
"As equipas que ainda hoje são SDUQ's contam-se pelos dedos das mãos e espero que isto dure muitos anos, porque, se não forem tomadas as medidas certas no clube, o Penafiel vira SAD e o poder de decisão muda. Por isso, construam e não destruam", disse António Gaspar Dias.
O "agora sócio de base" do Penafiel insistiu nesta temática e lembrou que os sócios do clube que liderou representam apenas "cerca de 77 mil euros" num orçamento de um milhão de euros para a II Liga.
"O futuro que se avizinha nas sociedades desportivas em Portugal não é nada famoso, porque não há dinheiro em lado nenhum, e 0,7 por cento [de comparticipação dos sócios do Penafiel] é muito pouco", sublinhou.
Nesse sentido, António Gaspar Dias defendeu que o aparecimento de mais do que uma lista aos corpos sociais do clube no próximo ato eleitoral "seria um grande passo para o Penafiel", na medida em que, acrescentou, "uma associação vê-se pelo cariz crítico construtivo dos sócios e daqueles que querem trabalhar por ela".
"As pessoas devem aparecer e assumir-se. Cá estarei para aquilo que for preciso, pois nunca esquecerei o que o Penafiel fez por mim", afirmou.
Na intervenção aos associados, o agora dirigente da Liga de clubes fez depender o convite para diretor-executivo para as competições naquele organismo em função do trabalho realizado no Penafiel, num discurso de reconhecimento aos colegas e a todos os seus antecessores.
"É a primeira vez que se faz aqui [no estádio] uma Assembleia-Geral, mas isto não é graças a mim, mas a todas as direções e a todos aqueles que por cá passaram", disse.
Reconhecendo ter sido o único dirigente remunerado na história do clube, com um salário de pouco mais de mil euros mensais, aproveitou para "agradecer àqueles que passaram cá muitos anos e ainda cá trabalham sem receber nenhum", fazendo votos para que os seus colegas de direção, que lhe sucederam, "tenham melhor sorte".
Os sócios do Penafiel aprovaram na segunda-feira por maioria, com apenas duas abstenções, o relatório e contas do exercício fiscal de 2014/15, sufragando os cerca de 80 mil euros de saldo positivo relativos à época em que o atual clube da II Liga era dirigido por António Gaspar Dias.