O selecionador de futebol da Síria questionou hoje o minuto de silêncio pelas vítimas dos atentados de Paris, cumprido antes do jogo Singapura-Síria, de qualificação para o Campeonato do Mundo.
Fajr Ibrahim, que aparecera na conferência de imprensa de véspera do jogo com uma 't-shirt' com a fotografia do presidente da Síria, Bashar al-Assad, defendeu que esse tipo de iniciativa nunca foi tomado pelos mortos na guerra em curso na Síria.
"Paramos agora uns segundos pelos franceses, mas por todos os sírios mortos não houve sequer um segundo", disse Ibrahim à imprensa, depois do jogo, vencido por 2-1 pela Síria, no Estádio Nacional de Singapura.
Ibrahim relembrou que o seu país está envolvido no mesmo combate: "Combatemos todos os terroristas. Combatemos todos os grupos terroristas... matamos todos os terroristas, em todo o mundo."
As duas equipas estiveram em silêncio no relvado, a exemplo do que tem acontecido em todos os jogos internacionais após os ataques registados em Paris na sexta-feira.
O grupo radical sunita Estado Islâmico reivindicou no sábado os atentados perpetrados na sexta-feira em Paris, que causaram pelo menos 129 mortos, entre os quais dois portugueses, e mais de 300 feridos.
Os ataques, perpetrados por pelo menos sete terroristas, ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espetáculos e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.
A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que o presidente François Hollande classificou como “ataques terroristas sem precedentes no país”.