O comité executivo da FIFA não chegou hoje a acordo sobre a proposta de alargamento de 32 para 40 das seleções participantes nos Mundiais de futebol, a partir de 2026, e reagendou o tema para a próxima reunião.
“Não houve nenhuma decisão sobre o alargamento dos Mundiais para 40 seleções a partir de 2026”, referiu Wolfgang Niersbach, acrescentando que o tema, que reúne o apoio dos representantes asiáticos e africanos, foi adiado para uma próxima reunião.
A proposta de alargamento, defendida por vários candidatos à sucessão do presidente da FIFA, Joseph Blatter, assenta, de acordo com uma fonte do organismo, no pressuposto do desenvolvimento desportivo e financeiro do futebol.
Esta proposta faz parte de um vasto projeto de reformas que têm sido discutidas pelos dirigentes da FIFA, organismo que voltou a ser abalada por novas detenções, desta vez dos vice-presidentes Alfredo Hawit e Juan Angel Napout.
O hondurenho Alfredo Hawit lidera interinamente a Confederação da América do Norte, Central e Caraíbas (Concacaf), enquanto o paraguaio Juan Angel Napout é o presidente da Confederação Sul-Americana (Conmebol).
“Os dirigentes receberam alegadamente dinheiro em troca da venda de direitos de comercialização relacionados com torneios de futebol na América Latina, bem como dos jogos para as qualificações do Mundial”, disse o Ministério da Justiça da Suíça, em comunicado.
A FIFA foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de Joseph Blatter como presidente do organismo máximo do futebol mundial, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.
No início de junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, que foram marcadas para 26 de fevereiro de 2016.
A 25 de setembro, o Ministério Público suíço instaurou um processo criminal a Blatter, que foi interrogado na qualidade de arguido, por suspeita de gestão danosa, apropriação indevida de fundos e abuso de confiança.
A 08 de outubro, Blatter, o secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke, e o presidente da UEFA, o também francês Michel Platini, foram suspensos provisoriamente por 90 dias pelo Comité de Ética da FIFA, por implicação no escândalo de corrupção que atingiu a instituição.
Na base das suspensões estão os inquéritos que decorrem no próprio órgão da FIFA, ainda que vários outros responsáveis do organismo mundial estejam também a ser investigados pelas autoridades suíças e norte-americanas.